Dirigido por Matthew Vaughn (o mesmo de Kick-Ass e X-Men: First Class), Kingsman: Serviços Secretos adapta o quadrinho homônimo criado por Mark Millar e Dave Gibbons.
O filme consegue ao mesmo tempo ter um clima de histórias de HQ voltadas para um público mais adulto e utilizar técnicas cinematográficas criativas, criando algo surpreendente e inesperado para o ano de 2015.
“Kingsman” é uma agência secreta britânica que utiliza uma alfaiataria de fachada para seu quartel general e protege a coroa inglesa e as pessoas de coisas que elas nem chegam a saber que existem.
Logo no início vemos um agente em ação durante uma missão de resgate e na cena seguinte, somos apresentados a Eggsy (Taron Egerton), o jovem protagonista que vive se metendo em encrenca.
Com QI alto, Eggsy sempre se destacou na escola, porém, devido a vários problemas, incluindo sua família problemática, ele não se importa muito com os estudos. Onde mora, há um grupo de garotos que ficam no pé de Eggsy, mas ele não se intimida e sempre dá o troco quando algo de ruim é feito a ele.
No meio dessas confusões em que Eggsy se mete (Sessão da Tarde feelings), ele acaba sendo recrutado pelo espião Harry Hart para se integrar os Kingsman. O garoto então acaba conhecendo outros candidatos e inicia seu treinamento.
Diferente de outros filmes que mostra o protagonista indo para uma escola aprender sua “profissão” (Harry Potter, O Jogo do Exterminador, etc), em Kingsman a coisa é mais dinâmica.
Ao mesmo tempo que vemos Egssy aprendendo a se tornar espião, vemos Harry Hart resolvendo outro caso que envolve o desaparecimento de figuras públicas, além da morte de um colega de profissão. É interessante como a trama conta duas histórias paralelas, mas elas sempre estão se entrelaçando até se concluírem juntas.
O filme brinca com os clichês de filmes de espião de uma forma sarcástica, sempre tendo um desfecho inesperado em várias ocasiões. O vilão Valentine, interpretado por Samuel L. Jackson, é o que mais se utiliza deste recurso, sendo até mesmo contraditório em alguns momentos, onde ele julga estar fazendo o bem para as pessoas. Assim como no reboot de Robocop (2014), novamente vemos um vilão que possui traços inspirados em Steve Jobs.
As cenas de ação e luta utilizam um recurso não muito comum. Os ângulos são inusitados (como a visão da perspectiva da ponta de um taco de baseball) e os frames parecem estar pela metade, dando uma dramaticidade que lembra um desenho animado. Tanto a briga do bar como a da igreja são muito bem coreografadas e empolgam.
Em matéria de efeitos sonoros e trilha, temos um ótimo trabalho feito por Henry Jackman, que também foi responsável pela trilha altamente imersiva de Capitão América: O Soldado Invernal.
Kingsman, além de adaptação de uma HQ, é uma homenagem aos filmes de agente secreto. Tem um ótimo humor estilo britânico, ótimos atores (tanto os consagrados como os mais novos), personagens interessantes, cenas de ação bem elaboradas, situações imprevisíveis e merece ser assistido por todos que curtem o estilo do Vaughn. Uma grande surpresa deste ano!
Assistimos o filme à convite da Fox Film do Brasil