Nos cinemas a DC sempre teve mais baixos do que altos desde que iniciou o DCEU, seu universo cinematográfico compartilhado.
Alguns filmes dividiram opiniões, como Batman V Superman, outros foram aclamados como Mulher Maravilha. E após a recepção morna de Liga da Justiça, agora recebemos Aquaman, estrelando, Jason Momoa.
O filme revela a origem de Arthur Curry, meio homem, meio atlante, que embarca em uma jornada de auto descobrimento. Ao mesmo tempo que é uma prova para saber se é digno de se tornar rei.
Passando-se após os eventos de Liga da Justiça, Aquaman deixa um pouco de lado a história dos outros filmes para focar em Arthur e no reinos reinos submersos. E ele faz isso de forma magistral.
Sem muitas firulas descobrimos o passado dos pais de a Arthur, a divisão dos reinos, as raças, como ele treinou na adolescência, etc. Tudo bem direto ao ponto, com um roteiro simples e acessível.
E assim, sem tentar ficar tentando reinventar a roda e com o enredo coeso, temos uma boa aventura que serve principalmente para apresentar o personagem Aquaman, que não é dos mais adorados, sendo mais conhecido ultimamente pelos memes.
Para quem pensava que o filme acabaria sendo monótono e o tempo todo debaixo d’água, não é bem assim, ele alterna bastante entre ambientes. Com a ajuda da rainha Mera, Arthur precisa viajar para várias localidades diferentes em busca de artefatos.
A cada passo conquistado, um novo local é explorado, parecendo a dinâmica de um videogame como em Uncharted, por exemplo. Tendo até mesmo tumbas desmoronando e chefes de fase.
Talvez o único personagem um pouco perdido no filme é o Arraia Negra, que faz parte de um subplot que o torna apenas um inimigo um pouco mais forte, e cria obstáculos por onde Aquaman passa. Ainda assim, é válido que ele queira se vingar, mesmo que a morte de seu pai não seja tão culpa assim de Arthur.
O filme segue mostrando plot twists interessantes que mantém a atenção do público. E o desfecho, contando com a luta final, é muito bom.
Isso é um verdadeiro avanço!
Aliás, Aquaman é o resultado de um grande aprendizado por conta da DC. Os filmes anteriores tinham o problema de ter ultimas lutas sem graça, ou “Dragon Ball Z” demais. Mas dessa vez acertaram bem a mão.
Em Esquadrão Suicida houve a inserção de músicas pop para tornar o filme mais cool e copiar a vibe de Guardiões da Galáxia. Em Aquaman isso foi corrigido. As trilhas licenciadas entram nos momentos certos para dar emoção e não parece forçado.
E na questão da falta de cores dos primeiros filmes do DCEU, isso já não é mais problema. Mesmo que a temática um pouco dark ainda exista, o filme se entregou às mais variadas e vivas cores. Mera e outros seres marítimos são o grande exemplo disso.
Em matéria de efeitos, tudo está muito bem produzido, com destaque para as criaturas marítimas, as naves e ambientes aquáticos. Os pais de Arthur no começo do filme tem um efeito muito bonito de rejuvenescimento nas cenas iniciais.
Infelizmente, o mesmo não pode ser dito de Vulko (Willem Dafoe). Tentaram rejuvenesce-lo, mas o resultado é parecido com aqueles filtros para selfie que retiram as rugas do rosto e o deixam todo borrado.
As piadas para aliviar a tensão estão presentes, mas não parecem deslocadas como em Liga da Justiça ou Esquadrão Suicida. Assim como não são a cada 3 minutos, como em Thor: Ragnarok. Em Aquaman elas aparecem na medida certa, quando podem existir. Somente uma delas me deixou com um pouco de vergonha (aquela no bar), mas pela qualidade do filme, está perdoado…
No geral o filme entrega uma aventura muito divertida e com bastante personalidade. É o melhor tom que a DC já conseguiu atingir até agora. Claro que num futuro filme do Batman precisaria de um pouco mais de seriedade.
Mas para o personagem Aquaman esse filme caiu como uma luva e confirmou que Jason Momoa está mais do que apto para o papel. Existem até mesmo cenas em que quase deixam seu cabelo loiro para combinar com o personagem nos quadrinhos.
Aquaman já está nos cinemas. Vá assistir sem medo!
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