Não há dúvidas que vivemos a era dos remakes e continuações de franquias famosas do cinema. E com As Panteras não foi diferente. Elas acabam de receber um novo filme com a missão não secreta de atualizar tudo o que já foi feito até agora.
Sinopse: A atriz e diretora Elizabeth Banks dirige a nova geração de As Panteras. Sabina Wilson (Kristen Stewart), Elena Houghlin (Naomi Scott) e Jane Kano (Ella Balinska) estão a serviço do misterioso Charles Townsend.
As Panteras sempre proveram segurança e suas habilidades de investigação para clientes particulares, e agora a Agência Townsend tem atuação internacional: as mais espertas, destemidas e altamente treinadas agentes em todo o globo formam múltiplos times de Panteras guiados por múltiplos Bosleys e estão prontas para atuar nos trabalhos mais difíceis ao redor do mundo.
Quando um jovem engenheiro de sistemas soa o alarme a respeito de uma perigosa tecnologia; as Panteras são chamadas à ação, e colocam suas vidas em risco para nos proteger a todos.
Um novo filme das Panteras precisaria de uma série de alterações para funcionar no mundo atual. E é isso o que acontece. Temos uma nova equipe de protagonistas, grandes mudanças na agência Towsend, mas o interessante é que o que foi feito no passado não foi ignorado ou reescrito.
Como a assessoria da Sony disse no dia da sessão para imprensa, tudo no filme foi feito com base no “girl power” e na vontade de representar bem as mulheres no cinema, fazendo elas se reconhecerem nas personagens principais.
Talvez por isso, o roteiro seja simples, mas as personagens tenham bastante carisma e personalidade.
O dois grandes plots do filme são bem batidos. O primeiro é sobre uma nova tecnologia que pode se transformar em arma letal se cair em mãos e erradas. E o segundo é o clichê do possível agente infiltrado na organização secreta que pode por tudo a perder.
Acontecem muitas viagens ao redor do mundo
Em todo caso, o melhor mesmo é poder ver as panteras agindo em conjunto. Mesmo que nem tudo funcione bem no início, vemos um vínculo muito forte se formar entre elas com o passar do filme.
Sabina é independente, forte e costuma trabalhar sozinha. Jane é mais focada e ex-agente do Mi6. E Elena é a novata, inteligente, mais frágil que as demais, porém, determinada.
O bacana disso é que, apesar de ser um filme para enaltecer as mulheres, ele não exagera em suas personalidades. Não tenta dizer que todas são perfeitas, cada uma tem uma característica boa e algo para superar, dando um aspecto mais real, mais humano.
Algo bastante divertido é ver Patrick Stewart como um dos Bosley. Ele está num papel bem diferente do seu habitual, parece mais solto. E atuando muito bem.
Mas As Panteras não é um filme sério. Ele segue o estilo cômico meio pastelão dos filmes anteriores e mescla cenas dramáticas e com cenas de comédia.
Desta vez, a maioria das piadas é com o machismo que algumas personagens sofrem. Mas diferente de outros filmes que seguem por essa linha, aqui nem todos os homens são retratados como idiotas. Ainda que alguns ajam de forma extremamente caricata, outros aparentam serem mais reais.
Outro ponto bastante abordado é sobre não existir rivalidade feminina. As protagonistas tem seus motivos para não se darem bem no início, mas isso vai mudando com o tempo, de forma gradual.
As cenas de ação são rápidas e funcionais. Não perdem o tom de comédia, mas também apresentam boas coreografias e ângulos de câmera. Os efeitos especiais estão bem feitos, mesmo que não sejam muitos. Talvez o CGI mais fraco seja o que aparece quando mostra Sabina indo embora de helicóptero na cena inicial (aparece no trailer).
Falando nessa cena, ela se passa no Rio de Janeiro. Temos primeiro uma tomada aérea à noite e depois vemos Sabina numa sacada de um prédio com visão para o Pão de Açúcar.
O arsenal continua enorme e perigoso!
Ao ver a cena é bem perceptível que tudo foi filmado num estúdio fechado e o fundo adicionado posteriormente. Tanto que na hora pensei que fosse alguma jogada de marketing e, dependendo de onde o filme fosse exibido, ele iria mostrar um país diferente. Porém, mais tarde descobri que o Rio será fixo mesmo.
E as referências ao Brasil não param por aí, temos Anitta na trilha sonora, juntamente com outros nomes famosos como Miley Cyrus, Nick Minaj, Lana Del Rey, etc…
As Panteras foi feito para agradar as mulheres em geral. Fãs da antiga série ou dos filmes dos anos 2000 irão gostar. E ele tem potencial para criar um novo público também.
Talvez seu maior problema seja o roteiro que não tenta apresentar nada de inovador, o forte está mais nas personagens e na forma como elas interagem.
A direção de Elizabeth Banks mostra estar em evolução e tem grande potencial de desenvolvimento em filmes futuros. Neste, alguns detalhes incomodam um pouco, como a desconexão de uma cena para outra que muda rapidamente de tom. Mas não é nada que comprometa a obra.
E lembrem-se: Fiquem para as cenas extras no meio dos créditos finais!
As Panteras já está em cartaz nos cinemas
- A Sony nos convidou para a sessão de imprensa para esta análise