Estreou nessa semana no Neftlix o filme Bleach, trazido para o ocidente através da Warner Bros. e possui versão legendada e dublada.
Com base no mangá e anime do mesmo nome, Bleach traz uma história simples, divertida, funcional e que vai direto ao ponto.
Sinopse: “Ichigo Kurosaki é um estudante do ensino médio que vive em Karakura Town. Ele tem a habilidade de ver fantasmas e “hollows”. Ao encontrar a ceifadora de almas, Kuchiki Rukia, ele descobre que sua família está sendo atacada por um hollow, e para protegê-los, acaba se tornando outro ceifador.”
É normal as pessoas terem certa rejeição com adaptações em live-action de animes japoneses. Afinal, muitos tem qualidade bastante duvidosa ou dividem opiniões (Death Note na versão do Netflix, por exemplo).
Felizmente, esse não é o caso de Bleach. O filme aborda alguns arcos do anime e consegue criar uma história bem fechada, com começo, meio e fim. Todos os elementos da franquia e personagens são muito bem apresentados e tudo se desenrola bem em 1 hora e 50 minutos de filme.
A primeira cena nos mostra como Ichigo perdeu sua mãe num flashback e em seguida já vemos ele mais velho. Grande parte da trama gira em torno disso. A outra parte tem a ver com a ceifadora Rukia que é ferida numa luta contra um hollow e é obrigada a passar seus poderes para Ichigo.
Ichigo luta para proteger sua irmã que havia sido raptada pelo hollow. Após isso, ele deve devolver os poderes para Rukia, mas por ser iniciante na “arte dos ceifadores”, ele não consegue. Assim, Rukia decide viver com ele até que possa recobrar seus poderes e voltar para a “Soul Society”, a dimensão dos ceifadores.
Logo de cara ficamos sabendo que transferir poderes é proibido e que Rukia irá sofrer as consequências através de seu irmão que surge para fazê-la pagar. Enquanto isso, Ichigo precisa treinar para se tornar um ceifador mais experiente, mas pelo que aparenta, ele não está levando isso muito a sério.
Um grande destaque para o filme são as lutas. Elas são muito bem coreografadas e algumas cenas parecem muito ter saído diretamente do anime. Existe o uso de cordas que puxam os atores, o que aumenta muito o impacto dos golpes.
Os cenários onde as lutas acontecem ajudam muito a deixar tudo muito dinâmico, assim como os efeitos especiais que impressionam muito, ainda mais por se tratar de uma produção japonesa. Claro, não chega no nível de uma produção hollywoodiana, mas é um meio termo entre isso e as séries de tokusatsu japonesas.
Os hollows, por exemplo, tem uma boa animação e muitas vezes são bem “realistas”. A cena do bairro comercial onde um deles sai destruindo tudo e o Ichigo precisa fugir é uma das que mais chamam atenção.
Não posso deixar de citar a ótima trilha sonora. Com destaque para as animadas músicas que tocam durante as batalhas. Elas realçam muito a ação e são influências diretas do gosto pessoal de Tite Kubo, o autor do mangá.
No Netflix temos a opção de assistir dublado e a dublagem está muito boa. No mesmo nível que estamos acostumados a ver em animes. Algumas vozes são até reconhecíveis (não dá para ouvir o pai de Ichigo e não lembrar do Samurai X).
Como não poderia deixar de ser, temos muito alívio cômico no filme, e ele funciona bem, principalmente no núcleo escolar. Enquanto Rukia espera Ichigo ter poder suficiente para se tornar ceifadora novamente, ela passa a frequentar a mesma escola que ele. As piadas na escola são recorrentes, mas nem todos os personagens do anime foram adaptados.
Quem é fã da série de tokusatsu Kamen Rider Fourze vai notar dois personagens dessa série estão em Bleach. Sota Fukushi era Gentaro, o próprio Kamen Rider Fourze, e agora interpreta Ichigo. Sua colega de classe, a Orihime Inoue é interpretada pela atriz Erina Mano, que viveu a Kamen Rider Nadeshiko, em um dos filmes de KR Fourze.
O destino desses atores é fazer papel de estudantes colegiais. Aliás, é engraçado como todos os atores do núcleo escolar tem cara muito mais velha do que adolescentes teriam!
Bleach é um filme que vale a pena. É uma adaptação de anime verdadeiramente boa e que vai se tornar referência. Ele merece ter continuações, aproveitando que mangá é muito mais extenso e pode render outros bons filmes.