No próximo dia 17 de janeiro de 2019 estreia nos cinemas brasileiros “Vidro”, o terceiro filme da trilogia produzida e dirigida por M. Night Shyamalan. E você confere aqui nossa análise!
De Corpo Fechado (Unbreakable), Bruce Willis retorna como David Dunn e Samuel L. Jackson como Elijah Price, também conhecido pelo pseudônimo de Sr. Vidro. Vindos de Fragmentado (Split) estão James McAvoy, reprisando o papel de Kevin Wendell Crumb e suas múltiplas personalidades, e Anya Taylor-Joy como Casey Cooke, a única sobrevivente de um encontro com a Fera.
Sinopse: Depois da conclusão de Fragmentado (Split), Vidro (Glass) mostra Dunn em uma série de encontros cada vez mais intensos com a figura super-humana conhecida como a Fera, uma das personalidades de Crumb. Enquanto isso, a presença sombria de Price surge como um articulador que guarda segredos críticos para os dois homens.
Não considero Vidro um “filme de super-herói“, ou pelo menos, não um “filme convencional de super-herói“. Afinal, a proposta da franquia desde o início sempre foi uma visão diferenciada do tema.
Para quem está acostumado com produções mais atuais, Vidro pode chocar um pouco por ter um estilo próprio com uma narrativa voltada para os diálogos e para o suspense.
Por isso, já de antemão, afirmo que Vidro irá agradar mais aos fãs dos filmes anteriores. Quem está esperando por algo com o estilo Marvel ou DC vai dar com os burros n’água.
Mas Vidro é bom ou ruim?
Ele consegue amarrar bem as histórias do Vigilante e da Besta de forma que o roteiro faz bastante sentido. De um lado temos um cara que tem agido como um super-herói e combatendo o crime num mundo onde essa atitude não é muito bem vista. E do outro lado, temos um maníaco que pode assumir diversas personalidades e causar muito problema por aí.
Uma hora ou outra, eles iriam acabar se cruzando. E é a partir daí que o filme começa, numa corrida de gato e rato. Mas ela não se estende muito e ambos são levados para o mesmo manicômio onde está o Sr. Vidro, o “arqui-inimigo” do vigilante David.
E esse não é um local comum, nele costumam tratar pessoas com o distúrbio “de se achar algum tipo de herói” ou “de achar possuir super poderes”. E os protagonistas passam a sofrer esse tratamento.
É nessa clínica onde acontece grande parte do filme, e todo o desenvolvimento dos personagens e as relações entre eles se dão, na maior parte das vezes, através de diálogos com os médicos. Todos interessantes e bem escritos, por sinal.
Outros personagens como Casey, a sobrevivente dos ataques da Besta, e Joseph Dunn, filho de David, são recorrentes no filme e essenciais para o desenrolar da trama.
No entanto, apesar do filme chamar Vidro, o foco acaba caindo um pouco sobre Kevin, a Besta. Já que sua história é a que serve de base para trazer os personagens de Corpo Fechado.
E embora o filme se mantenha interessante, há alguns momentos que acabam se estendendo um pouco e poderiam ser um pouco mais velozes.
Eles são parte importante da trama
O melhor é não saber como as coisas irão acontecer. O final é imprevisível, diferente e bastante corajoso. Quando uma grande revelação acontece, as peças se encaixam, se você ligar os pontos. Alguns acontecimentos dentro do próprio filme passam a fazer sentido e fica claro que tudo já estava ali desde o começo.
Definitivamente, depois de tudo, acredito que seja impossível um quarto filme, já que a história dos três protagonistas se encerra bem.
Do ponto de vista técnico, falta um pouco dos ângulos de câmera únicos e criativos que Shyamalan costumava usar nos filmes anteriores. Mesmo o uso de cores não é tão inspirado. Tudo com relação a isso ficou um pouco mais simples, embora não comprometa a diversão.
Como já comentei antes, o filme vai agradar muito os fãs da trilogia. Quem não viu Corpo Fechado e Fragmentado, tem o dever de assisti-los antes de ver Vidro, senão irá ficar boiando totalmente.
Por Corpo Fechado ser bastante antigo, muitos momentos de Vidro são flashbacks e montagens muito interessantes de cenas antigas com novas. Isso sim é bastante criativo e usa ótimos efeitos especiais.
No geral, mesmo com pequenos problemas, Vidro fecha muito bem a trilogia e merece ser visto no cinema.