O Lendário Cão Guerreiro (Paws of Fury – The Legend of Hank ) é uma animação produzida pela parceria da Nickelodeon Movies, Align, Aniventure e GFM Animation, com a distribuição da Paramount Pictures. Trata-se de um remake do filme Banzé No Oeste de 1974 onde grandes alterações foram feitas.
Tudo acontece num mundo onde existem animais antropomórficos falantes, típicos das animações em CGI. A história se passa num Japão feudal habitado por gatos e um protagonista cachorro, Hank, que está preso e condenado à morte simplesmente porque aquele país de gatos odeiam cachorros.
Sinopse: “Hank é um cão de caça sem muita sorte, que está em uma cidade de gatos. Eles precisam de um herói para defendê-los do plano maligno de um vilão implacável que quer varrer a cidade do mapa. Com a ajuda de um professor relutante para treiná-lo, nosso azarão deve assumir o papel de samurai da região e se unir aos aldeões para salvar o dia.”
O filme original era uma comédia sobre velho oeste e preconceito. Nele, um governador pede para seu auxiliar enviar um novo xerife a uma pequena cidade. Esse auxiliar, corrupto mancomunado a bandidos, resolve enviar um xerife negro a essa cidade de habitantes brancos apenas para causar o caos e assim ter uma desculpa para tomá-la para si. Ele sabia que a ferrovia que chegaria na região tornaria a cidade altamente lucrativa.
Em O Lendário Cão Guerreiro, o preconceito de homens brancos contra homens negros foi trocado por gatos contra cachorros. Assim, só por esse motivo Hank está prestes a ser morto após ter chegado na cidade. No entanto, ele é “salvo” pelo lorde Ika Chu e enviado para Kakamucho (a pedido do Xogum), para se tornar o samurai protetor do local.
Ao chegar na cidade, Hank automaticamente é destratado por todos os gatos, porém, ele não desiste e resolve descobrir uma maneira de se tornar um verdadeiro samurai para proteger a cidade. O velho e desonrado samurai Jimbo, morador de Kakamucho, resiste a treinar Hank, porém acaba cedendo após uma grande revelação que envolve até mesmo uma cena de flashback.
A cidade é constantemente atacada pelos ninjas de Ika Chu e suas investidas ficam cada vez mais perigosas. Num primeiro momento, quando as habilidades de Hank são colocadas em teste durante um ataque, ele não se sai muito bem, o que faz com que ele se esforce ainda mais no árduo treinamento.
Eventualmente Hank conseguirá (em partes) um grande feito, o que fará com que as pessoas da cidade passem a admirá-lo, a ponto que isso acaba lhe subindo à cabeça. Ika Chu não perde a oportunidade se se aproveitar da situação para mais uma investida contra Kakamucho. Assim, Hank cai em desgraça e precisa reconquistar não só a própria confiança, como a das pessoas ao seu redor.
Apesar de abordar um tema forte como preconceito racial, o filme foca nisso com mais intensidade apenas no primeiro ato. Em seguida a discussão se dissolve com a trama e temos algumas lições de moral perto do fim.
O ato final é um pouco estranho. Inicialmente ele mostra algo bastante óbvio relacionado ao embate contra Ika Chu e em seguida adiciona um novo obstáculo para Hank e seus amigos que toma mais um pedaço do filme. Embora essa parte sirva para mostrar a união entre os moradores de Kakamucho, fica muito com a impressão que veio do nada. Talvez tenha algo parecido em Banzé no Oeste para justificar esse momento.
Por falar nisso, os dois filmes compartilham muitas cenas de comédia em comum. Um exemplo é quando Hank chega em Kakamucho e uma recepção está preparada, com direito a banda e tudo mais.
Como foi baseado num filme de comédia que não se levava muito a sério, O Lendário Cão Guerreiro também não possui um enredo muito profundo. É uma boa animação que tem potencial para agradar as crianças, mas nada muito chamativa para os mais velhos. Ainda que faça algumas referências à cultura pop.
As piadas acontecem o tempo todo e nem todas são realmente engraçadas. Umas tentam quebrar a quarta parede e falham (quando algum personagem fala com o público), enquanto outras são visualmente interessantes (quando um personagem sai da tela e cai no chão do cinema ou quando um personagem puxa a borda da tela para mudar de cenário). Quando os personagens demonstram ter a noção que estão dentro de um filme é engraçado… da primeira vez que acontece. Porém a piada se repete várias e várias vezes.
A animação dos personagens e seus traços são bem feitos e atendem os padrões atuais. Já a construção e detalhamento deles são bem genéricos, estando no nível dos desenhos animados em CGI para TV. Talvez o longo tempo de produção e a mudança de estúdio no meio do caminho tenha afetado esse aspecto.
Existem algumas músicas cantadas no filme mas somente a de abertura foi localizada para português. Em todo caso, não se preocupe, não existem momentos de musical durante o longa.
Sobre a dublagem, ela está muito boa. Com os destaques para Paulo Vieira fazendo Hank, Ary Fontoura no papel do Xogum e Deborah Secco como Yuki. Yuki é uma garotinha super ativa, a primeira amiga de Hank na cidade, com grande potencial para se tornar uma samurai, mas que sonha em um dia se tornar Xogum.
Quem procura fidelidade ao que conhecemos sobre samurais (de forma real ou folclórica), não irá encontrar nesse filme. Digo o mesmo sobre tudo o que envolve o Japão antigo. A proposta geral foi apenas pegar um velho oeste e colocar uma skin oriental. A organização da sociedade e a função dos cargos políticos são totalmente diferentes e originais.
O Lendário Cão Guerreiro faz o estilo de filme para mês de férias que faz a alegria da criançada durante uma tarde no cinema. Entretanto, ele só será lançado dia 25 de agosto.
Agradecemos à Paramount Pictures que nos convidou para assistir a este filme antecipadamente.
ANÁLISE
O Lendário Cão Guerreiro
Hank é um cachorro xerife que deve conquistar a confiança de uma cidade de gatos para conseguir protegê-la de um vilão perverso que deseja destruir tudo.
PRÓS
- As crianças vão adorar
- A dublagem é muito competente
- Tem uma boa mensagem contra preconceito
CONTRAS
- Algumas piadas dão vergonha alheia
- O visual geral não tem muita personalidade
- A motivação do vilão é bem fraca