A Paramount Pictures nos convidou para assistir antecipadamente ao filme Top Gun: Maverick. Continuação do grande clássico de 36 anos atrás! Confira aqui nossa crítica!
Sinopse
Com direção de Joseph Kosinski, “Top Gun: Maverick” mostra Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise) diante de um dos desafios mais difíceis dos seus 30 anos de serviço: ele é selecionado para treinar uma equipe de graduados TOP GUN em uma missão da qual nenhum piloto vivo jamais participou.
Durante o treinamento, Maverick se depara com o tenente Bradley Bradshaw (Miles Teller), filho do seu falecido amigo, tenente Nick Bradshaw, também conhecido como “Goose”. A nova experiência o faz reviver seus medos mais profundos do passado e culmina em uma missão que exige um sacrifício final daqueles que serão escolhidos para voar.
Crítica
A missão de resgatar todo o universo criado no primeiro filme foi concluída com sucesso. Top Gun: Maverick consegue estabelecer conexão com os eventos passados e traz a história para o presente. Ao mostrar a vida atual de Maverick, inclui novos dilemas que ele enfrenta, ao mesmo tempo que respeita seu legado.
É notório que os roteiristas trabalharam bastante no enredo para ele ser coerente, apresentando novas propostas e trazendo referências nostálgicas.
Logo de início somos apresentados a uma nova realidade: os drones e naves pilotadas remotamente são o futuro da força aérea americana. Maverick é mostrado atualmente como um piloto de testes de protótipos, função que parece estar com os dias contados.
Ainda assim, ele recebe a missão de se tornar instrutor de uma nova equipe TOP GUN.
Você pode achar que se trata de um filme de passagem de bastão para uma nova geração de pilotos de caça. Isso é e não é verdade. Maverick continua sendo o grande protagonista, com habilidades superiores a qualquer outro e sem muito jeito para passar seus conhecimentos.
Pode até parecer forçado que Maverick tenha tanta habilidade e reflexos rápidos em sua idade atual, mas não faria sentido ele jogar tudo na mão de um novato. Afinal, o filme é dele e quem é fã do primeiro Top Gun quer vê-lo em ação.
Ainda assim, não é como se a equipe de novatos fosse completamente inútil. Bradley Bradshaw, de codenome “Rooster”, filho do falecido Goose está entre eles e tem um bom destaque. Alem disso, ele possui alguns assuntos não resolvidos com Maverick e isso é bem explorado.
Nessa nova equipe até mesmo uma rivalidade entre dois integrantes é abordada de certa forma e é algo que poderia ser aproveitada numa possível futura sequência.
Assim como Star Wars: Episódio VII reaproveitava estruturas de cenas do Episódio IV, Top Gun: Maverick mostra uma nova história com cenas que remetem muito ao filme anterior. Desde o início com caças pousando e decolando, Maverick pegando a estrada de moto, a cena dos oficiais no bar cantando e tocando piano, a cena da equipe praticando esportes (trocando vôlei por futebol americano na praia). E tudo funciona muito bem.
Um fato que o filme quer evidenciar a todo momento é a passagem do tempo e como tudo mudou após trinta anos. A cena do bar onde Maverick é colocado para lado de fora e vê os jovens se divertindo pela janela é um desses momentos, ainda que ele não perca sua importância em toda a trama. Encontro com personagens das antigas também ocorrem e são bem emocionantes.
As cenas de ação e de treinamento com os caças são um ponto muito forte. Os efeitos estão bem realistas, não dá para dizer onde foi usado CGI ou não e as tomadas ajudam muito na compreensão do que está acontecendo (diferente do primeiro filme que era mais caótico). A visão do cockpit está mais aberta, mostrando mais do que apenas o rosto dos pilotos. E as expressões e reações dos atores nesses momentos foi bem coreografada, passando realismo em momentos de tensão e velocidade extrema.
Assim como no primeiro filme, os inimigos que a Top Gun enfrenta não tem nome nem nacionalidade, fica para o espectador imaginar quem seja. Curiosamente, funciona mais uma vez e acaba sendo mais interessante em saber se os protagonistas vão conseguir realizar sua tão difícil missão. No primeiro filme, tudo acabava bem após a resolução do objetivo da equipe, mas agora há um acontecimento extra, que dá um bom tempero na trama e traz algo novo.
Os roteiristas souberam atualizar o filme para o mundo atual de forma inteligente. A nova equipe da Top Gun é bem diversa tendo mulheres, negros e asiáticos. Nada que não pudesse acontecer na vida real, mas com certeza vai incomodar uma galerinha chata por aí. No grupo tem até um cara que se acha demais, todo falastrão e um outro meio nerd e tímido com direito a óculos e tudo mais. Lembrei de Power Rangers de 1993.
Como eu disse anteriormente, o foco do filme é no Maverick, porém, essa nova equipe tem também seu brilho. Eles são bons, só ainda não aprenderam a lição que Maverick quer ensinar: ultrapassar seus limites. Após apresentar um ar novo, ainda que com elementos que remetem ao passado, fico curioso se essa nova equipe terá um filme futuro, quando Maverick estiver aposentado. Acredito que eles segurariam bem o tranco.
Top Gun: Maverick é um filme para ver no cinema. Tanto por conta de seu visual como pelo som. Não tem como não se sentir junto dos pilotos com o grande trabalho de efeitos sonoros durante as cenas de ação. No departamento de trilha sonora, obviamente algumas músicas clássicas não ficaram de fora. O grande tema “Hold My hand”, dessa vez cantado pela Lady Gaga, ficou um pouco deslocado e não é tão marcante. Talvez porque ele só toque uma vez no final. No filme anterior, “Take My Breath Away” de Berlin toca de várias formas em vários momentos (podendo até cansar um pouco, mas funcionou e a música colou na cabeça das pessoas).
A sensação que tive ao ver este filme foi a mesma quando vi Ghostbusters – Mais Além ano passado. Tem a ver com o respeito dado à franquia e a tentativa de criar algo novo sem desvirtuar o que foi criado antes. Mesmo que esse novo Ghostbusters seja um pouco menos preso ao passado, o sentimento é parecido.
ANÁLISE
Top Gun: Maverick
A missão de resgatar o universo do primeiro filme foi concluída com sucesso. Top Gun: Maverick consegue estabelecer conexão com os eventos passados do primeiro filme e traz a história para o presente. Ao mostrar a vida atual de Maverick, inclui novos dilemas que ele enfrenta, ao mesmo tempo que respeita seu legado.
PRÓS
- Respeita o enredo do filme anterior
- Traz um roteiro interessante sobre passagem do tempo
- Tem ótimos efeitos especiais e sonoros
- Vale a pena ver no cinema
CONTRAS
- A música tema é pouco explorada e não marca muito
- Uma parte da fanbase do filme é muito chata, reclama até quando o filme recebe nota alta...