A Ubisoft nos convidou para o teste fechado do Beta de Tom Clancy’s Ghost Recon Breakpoint, que funcionou entre os dias 5 e 8 de outubro nas plataformas PS4, Xbox One e PC. Quem já adquiriu o jogo na pré-venda ou é assinante do UPlay+ pôde testar também.
Testei a versão para PS4, num PS4 PRO em TV 1080p.
Essa Beta disponibilizou 2 missões da campanha principal, algumas missões secundárias e acesso inicial ao modo cooperativo em multiplayer. Mas foquei apenas no modo para um jogador.
Mudando um pouco de ares em relação a Ghost Recon: Wildlands, que era ambientado na Colômbia, Breakpoint se passa no arquipélago fictício de Auroa. Trata-se de uma cidade futurista localizada no sul do Pacífico.
Logo no início do jogo vemos um vídeo institucional do lugar, mostrando suas tecnologias e a promessa de criar um futuro promissor e inovador. Porém, algo misterioso acontece e várias pessoas morrem.
Jon Bernthal está no jogo, interpretando o ex-Ghost Cole D. Walker
Ao mesmo tempo, um navio da marinha americana afunda próximo a Auroa, e a CIA, sem conseguir contato com o arquipélago inicia a Operação Greenstone. Um grupo de Ghosts é enviado para Auroa com a missão de descobrir o que aconteceu e restabelecer comunicação. No entanto, seu helicóptero também é abatido. E você inicia em algum ponto da ilha, como um sobrevivente da queda.
Gráficos
Num primeiro momento o que mais chama atenção são os gráficos. Comparando com Wildlands, a impressão é que agora os cenários tem uma geometria mais complexa e alguns ambientes querem te impressionar por sua grandiosidade.
No Beta podemos ver as florestas abertas ou fechadas e as regiões montanhosas e geladas. Mas nem tudo estava aberto para explorar, então, é possível que a variação de cenários seja bem maior na versão final.
Este galpão do começo do jogo mostra um grande detalhamento do ambiente
Como dito antes, o jogo tenta impressionar com a vastidão e altura dos cenários, porém ao se aproximar dos objetos, fica bem visível que as texturas não estão nítidas. Acredito que isso vá mudar até o lançamento do jogo, assim como o framerate que estava bem abaixo dos 30 fps, mesmo em lugares com poucos inimigos por perto.
Essa deformação na lama deixada por um tanque está muito bem feita. Mas ela já estava no cenário, não sei se ela também é criada em tempo real, conforme um tanque passa.
Achei curioso que o jogo fica bem mais bonito quando está de noite, com belos efeitos de luz e sombra. O tempo é dinâmico e as transições, como pôr do sol e entardecer parecem bem trabalhados.
Jogabilidade e navegação
A jogabilidade mudou bastante em relação a Wildlands. Antes já tínhamos a visão em terceira pessoa por cima do ombro, porém, a movimentação do personagem era bem “arcade”, rápida e desconsiderando a forma do terreno.
Em Breakpoint, a Ubisoft tentou se aproximar mais da realidade, trazendo uma movimentação mais pesada, afinal o personagem carrega várias armas nas costas, faca, colete, mochila.
Assim, a forma como o jogador deve se deslocar se tornou mais tática e deve ser feita com maior cautela. A quantidade de equipamentos que o personagem carregar afeta em sua mobilidade, por isso, também é necessário que o jogador se prepare bem antes de cada missão.
Mirar continua fácil e bastante preciso. É possível escolher entre primeira ou terceira pessoa.
Em ambos os modos de mira a jogabilidade é bem responsiva
Eu particularmente prefiro uma movimentação mais rápida e demorei um pouco para me acostumar com a nova proposta. Não sei se ela vai agradar a todos. Por isso, torço para que a versão final consiga um meio termo entre a jogabilidade nova e a antiga.
Uma outra novidade que busca o realismo é o personagem demonstrar os danos que sofreu. Se ele estiver muito machucado irá andar cambaleando, mas ao segurar um botão ele irá se enfaixar, recuperar pontos de vida e voltar a andar normalmente. Assim como acontece nos jogos da série Far Cry.
Agir em modo stealth continua sendo mais vantajoso do que chegar nos locais atirando em tudo. E pela primeira vez na série é possível se camuflar com terra ou lama ao andar rastejando, diminuindo a chance de ser detectado enquanto abate os inimigos com alguma arma equipada com silenciador.
A boa e velha olhadinha de canto ajuda bastante a não ser visto pelos inimigos
Estar agachado em arbustos também tem efeito colateral agora. Dependendo da altura da grama, a imagem fica desfocada e as bordas da tela dão uma escurecida, tentando emular a visão dificultada que um soldado teria num local desses.
No Beta, a primeira missão era sobre encontrar um acampamento de refugiados dentro da ilha. Esse local camuflado é um tipo de hub, onde pegamos novas missões e até mesmo vemos outros jogadores online passando por lá.
Esse céu pixelado precisa de uma melhora urgente!
A segunda missão se passa depois encontrar o acampamento e o objetivo é defender algumas pessoas num cais. É a partir daí que conhecemos o novo método de realizar missões.
Agora os destinos das missões não ficam mais marcados no mapa. Você deve conversar com NPCs sobre o local onde a missão acontecerá, marcar um ponto no mapa e ir até lá para investigar. Se você joga os jogos da Ubisoft já deve ter visto isso em Assassin’s Creed Odyssey.
Para quem quiser algo mais direto ao ponto, o estilo antigo chamado de “Modo Guiado” pode ser ativado, marcando no mapa o local das missões assim que você escolhe uma. Existem outros elementos de sobrevivência, como exemplo, dormir no acampamento que revigora alguns atributos do personagem.
É preciso saber interpretar as dicas e ler o mapa para localizar as missões
Outro elemento vindo de Assassin’s Creed é o nível dos inimigos. Caso o reforço seja chamado, alguns soldados mais fortes podem aparecer, e eles dão mais trabalho para serem derrotados. Na primeira missão, num certo momento, alguns deles são avistados no mapa e o jogo aconselha o jogador que ainda não é o momento de enfrentá-los.
Para realizar outras missões secundárias você pode localizar documentos pelo mapa, falar com NPCs ou apenas enfrentar inimigos que estão sempre rondando por aí. Caso o jogador vá para alguma das regiões proibidas, um enxame de pequenos drones surgem, causando morte imediata.
Aliás, os drones são um ponto muito explorado no jogo. É possível usar um deles para fazer reconhecimento de locais e até mesmo ajudar a eliminar inimigos. A pilotagem de veículos como motos e jipes está bastante satisfatória. Nesse ponto parece estar melhor do que em Wildlands, mas continua uma pouco mais pesada do que em jogos de mundo aberto como GTA V.
Não poderia deixar de existir uma árvore de habilidades que vão sendo desbloqueadas conforme o jogador acumula pontos de experiência. Porém, agora temos 4 classes que podem ser alteradas a qualquer momento. São elas:
– Médico de Campo
– Assalto
– Camuflar e Fugir
– Atirador de Precisão
Seus nomes são autoexplicativos e cada uma é bem diferente da outra. Isso aumenta bastante a customização de equipes, variando a forma como as missões podem ser realizadas. O jogador pode trocar sua classe quando quiser, assim ele pode testar livremente e saber em qual delas se dá melhor.
Não cheguei a passar por nenhum bug muito sério durante o jogo que me impedisse de completar uma missão ou de chegar a algum lugar. O único bug gráfico que vi acontecer foi ao mudar o visual do personagem ou equipamento.
Ao equipar uma bota nova que havia acabado de encontrar, o colete sumia, apesar dele estar equipado e afetando meus status.
Desequipei e re-equipei o colete e a bota para que eles voltassem a aparecer juntos no personagem
No departamento sonoro o jogo não decepciona. Principalmente nos barulhos de tiros ou explosões, tudo é muito bem posicionado. Mesmo efeitos de armas recarregando ou vozes foram bem produzidos. Jogar em equipamento surround ou com fones deixa tudo ainda melhor.
Finalizando
Mudanças profundas em Breakpoint foram feitas. Com certeza irá surpreender quem achava que seria apenas um Wildlands requentado.
A jogabilidade mais voltada para o estilo realista traz outro feeling, o que pode ser um pouco estranho para quem adorava a agilidade do jogo anterior. Mas para quem está acostumado a jogos de tiro em terceira pessoa como Gears of War, essa novidade pode cair como uma luva.
O loot de armas agora parece ser aleatório, porém, a quantidade de armas no mapa é imensa e é muito fácil estar sempre trocando de equipamento.
Acredito que até a versão final, questões como baixo framerate, texturas fracas e sombras falhando à luz do dia serão consertadas.
O jogo estava todo legendado em pt-br, com um ou outro texto ainda em inglês. Mas acredito que isso seja problema apenas do Beta. Como já é de costume da Ubisoft, acredito que podemos esperar por uma boa legenda e dublagem na versão final.
Tom Clancy’s Ghost Recon Breakpoint será lançado dia 4 de outubro para PS4. Xbox One e PC.
- A Ubisoft nos enviou um código dessa Beta para teste, versão PS4