A primeira vez que joguei Pacer, ele estava num estande da R8 Games na Brasil Game Show de 2019. Ainda em estágio de desenvolvimento, este jogo futurista de corrida antigravidade já era muito divertido e bonito. Com certeza, seu estande era o mais movimentado da área indie.
Durante o evento entrevistamos Jesus Fabre, o PR Manager da R8 e você pode conferir em nosso podcast clicando aqui.
Eis que no dia 29 outubro de 2020, após cinco anos de produção e polimento, ele foi lançado para PlayStation 4 e PC – Steam.
“2075: O Campeonato Mundial de PACER tornou-se o novo ápice do automobilismo anti-gravidade, proporcionando corridas de alta velocidade nos circuitos mais perigosos e desafiadores do mundo.
Corporações de todo o mundo correm umas contra as outras em uma batalha de proezas técnicas e pilotos com o objetivo de ganhar o campeonato e alcançar a vitória final.”
Conforme os próprios produtores de Pacer disseram, ele possui inspiração nos jogos F-Zero e Wipeout. No entanto, após jogá-lo por várias horas, posso afirmar que ele tem muita personalidade e características próprias que o tornam divertido e único.
Como o público demonstrou muito interesse no Pacer durante a BGS do ano passado, os produtores o lançaram com um preço especial, a partir de R$ 66,99.
Ele realmente traz corridas com naves que atingem enormes velocidades. Além de correr bem pela pista, o jogador deve acertar os adversários com suas armas favoritas, usar turbo, passar pelos painéis de booster e tomar cuidado para não perder seus pontos de escudo ou sua nave irá explodir.
Diferente de jogos outros jogos do gênero que entregam armas aleatórias para o jogador (com a famosa “caixa de item do Mario Kart“), em Pacer você pode definir previamente quais vai usar. Durante a corrida, apenas precisa coletar “munição” para então poder atacar.
São cinco naves para escolher, cada um com suas características próprias. Dentro da garagem, o jogador pode personalizá-las por completo, mudando bastante não só seu desempenho, como a forma que as armas funcionam.Tudo pode ser salvo em esquemas pré-programados para agilizar o acesso antes das corridas. São catorze pistas diferentes que oferecem variações como dia, noite, espelho e revertida. Num total de oito maneiras diferentes para cada.
Existem oito modos de jogo disponíveis. Na campanha, alguns objetivos devem ser concluídos para prosseguir e normalmente, cada prova é para uma equipe diferente.
Não são apenas corridas comuns, onde vence quem chegar primeiro. Existem provas de volta mais rápida, eliminação eoutros estilos que também podem ser jogados em corridas únicas. Trata-se do modo mais longo, onde o jogador passa por todas as 10 equipes.
Os outros modos são: Corrida Rápida, Provação de Tempo, Volta de Velocidade, Resistência, Eliminação e Flowmentum. Já o modo “Tempestade” é baseado em jogos tipo Battle Royale.
A trilha sonora é muito boa, com variados estilos de música eletrônica. O destaque fica para as faixas originais criadas por Tim Wright (conhecido como CoLD SToRAGE). No entanto, existem muitas outras, passando de oitenta. Não dá para enjoar.
O modo online permite até 10 jogadores simultâneos e as partidas podem ser ranqueadas ou não. Pode-se escolher também o modo espectador, para facilitar o streaming. Infelizmente, não consegui conectar em nenhuma corrida para realizar o teste.
Costumo dizer que a jogabilidade é o fator primordial para um jogo ser divertido. Se um jogo não é bom de jogar, para que perder tempo com algo chato que é apenas bonito ou com boa história, não é mesmo?
Pacer foi extremamente bem trabalhado nesse aspecto. Os cinco anos de produção valeram a pena, e claro, ter na equipe desenvolvedores que já trabalharam na série Wipeout ajudou muito nesse aspecto.As pistas são bastante únicas e diferenciadas. Existem rampas, subidas, descidas, curvas abertas e outras estrategicamente fechadas. Para se dar bem, o jogador precisará de todas as suas habilidades e reflexos, além de também aprender o traçado dos circuitos.
Há uma boa variação de controle de uma nave para outra. Isso inclui sua velocidade, freios, aceleração, duração de escudos, etc. O jogador ainda pode modificar tudo e deixar ao seu gosto.
Para desbloquear os modificadores das naves e das armas, é necessário gastar uma moeda dentro do jogo, mas, calma! Você coleta conforme vai jogando, independente se vence ou não as corridas. Assim, é apenas questão de tempo para desbloquear tudo.
Como foi dito anteriormente, antes da corrida começar você escolhe a configuração da nave. Existem algumas que já vem prontos e aquelas que você define e salva na Garagem. Funciona do mesmo jeito com as armas.
Durante as corridas, é possível passar pelos boosts de velocidade, coletar munição para as armas ou pontos de escudo. O jogador precisa saber dosar isso bem para conseguir a vitória.
Os danos causados pelos inimigos destroem o seu escudo. Caso ele acabe, a nave passar a sofrer dano direto perdendo “pontos de vida” até explodir. Porém, diferente de F-Zero, não há game over. A nave apenas fica suspensa por uns segundos e volta para a pista.
Gradualmente, uma barra de “turbo” vai se enchendo e não é preciso carregá-la até o fim para poder usá-la, dando mais velocidade à nave.
Existem boosters de velocidade no chão e dá até para fazer combos ao passar por eles em sequência. Após decorar a posição deles, num circuito, fica um pouco mais fácil de vencer.
Ficamos constantemente acelerando com o botão X (no caso do PS4). Os botões L2 e R2 servem para fazer drift (para um lado ou para o outro) e virar mais facilmente nas curvas, evitando de bater.
Isso é algo que se aprende com o tempo e a facilidade da curva vai depender da posição da nave e onde se começou a “derrapar”. Geralmente, é bom dar poucos toques nos botões de drift.
São várias armas disponíveis. Algumas de alcance curto e outras para acertar de longe. Há uma que explode numa área em volta de sua nave, que pode acertar mais de um alvo. Outra solta uma laço laser que suga energia do adversário e o desacelera. Existem misseis teleguiados, metralhadoras, pulsos de energia que varrem a tela, etc.
A gama é grande e os modificadores aumentam o dano causado, a velocidade de disparo, área de acerto, entre outras coisas.
Assim como é divertido acertar os adversários, eles também dão o troco, e não tem dó! É importante manter a velocidade passando pelos boosters e acumular bastante “turbo” para se distanciar o máximo possível dos outros corredores ao chegar em primeiro.
No Modo Tempestade a vibe é de Battle Royale. Nele, as naves não precisam pegar munição pelo cenário. Quando uma arma é usada ela tem um tempo de cooldown para poder ser usada novamente. Ainda pode-se pegar escudos ou boosters pela pista e a corrida continua até que apenas um corredor sobre vivo. É um modo bem criativo e divertido.
É possível desativar armas e colisões nas corridas livres, porém, não tem a mesma graça. No começo, eu apanhei um pouco para entender como se fazia as curvas, até que fui pegando o jeito.
Ainda apanho em pistas com curvas fechadas, principalmente usando naves de categorias mais rápidas, mas acredito que seja questão de treino. Falando nisso, as categorias são: F3000, F2000, F1000 e Elite.
Fazia tempo que não me divertia com um jogo do estilo e posso dizer que Pacer é bem mais amigável do que Wipeout no quesito de mecânicas.
Os gráficos são muito bons, no geral. As naves têm muitos detalhes, os cenários possuem ótimas texturas e variedades de elementos. Mesmo os efeitos, como lasers, luzes, chamas e reflexos são bem produzidos e convincentes.
Embora alguns detalhes diferenciem uma pista da outra, ainda é possível se confundir um pouco já que essa temática futurista acaba transformado cidades modernas em locais acinzentados. Para amenizar isso, o jogo utiliza um elemento que é muito comum em jogos da série Ridge Racer: cada circuito tem um filtro de cor diferente, dando mais personalidade a cada um deles.
Não posso deixar de citar o ótimo framerate que é bastante estável e fluído. É algo que não pode faltar em jogos de velocidade extrema, como o Pacer.
Existe variação de sons para cada veículo e houve um grande trabalho nesse ponto, o que com certeza contribui para a imersão do jogo.
Além de um preço bastante convidativo para a versão de PC, Pacer também possui tradução e legendas em português brasileiro.
A R8 Games também homenageou nosso país com o time de pilotos da Neumeyer Tronics Novam (Neu-Tron). Basta reparar nas cores de sua nave e escudo:
Em breve Pacer estará disponível para a família de consoles Xbox.
Para manter-se informado a respeito de PACER, siga R8 Games no Twitter e Facebook.
NOTA: 9/10
O melhor: Jogabilidade precisa e intuitiva, depende apenas da habilidade do jogador
O pior: Embora divertido, poderia ter mais modelos de naves (quem sabe em futuras expansões?)
- A R8 Games nos enviou uma cópia digital deste game para a realização deste review, testado no PS4 Pro