Strafe é um jogo da Pixel Titans lançado dia 9 de maio que prometia reviver o estilo dos FPSs dos anos 90, mas ele não é bem isso. Na verdade, “Strafe” pega somente a estética daquela época e cria um jogo bem diferente, seguindo o estilo “rogue like”.
Com essa estética de games poligonais dos anos 90 ainda é possível distinguir Strafe de jogos daquela época. Na minha visão, sempre que um jogo novo tenta replicar esses gráficos antigos ele nunca consegue fazer 100%.
Os gráficos não são tão “true anos 90” assim, mas são agradáveis
Acho que a impressão sobre isso fica mais forte porque sabe-se que nos jogos dos anos 90, mesmo sendo quadradões e com texturas pixelizadas, eles forçam o máximo que se podia extrair das máquinas da época. E em jogos tipo Strafe, não há essa tentativa de chegar ao limite da máquina, porque é apenas um limite estético.
E assim, ele acaba tendo texturas e sombreamentos muito simples e destoantes dos gráficos que deveria estar homenageando. Mas enfim. Vamos falar do jogo realmente.
Mesmo com inspiração em Doom e Quake, Strafe apresenta uma progressão diferente de fases. Elas são criadas de forma procedural, ou seja, cada vez que você morre, elas mudam de forma. E toda vez que você morre, volta ao começo novamente, sem checkpoints.
Você corre, os inimigos te seguem em fileira e a chacina acontece aos poucos
O jogo possui uma pequena variação de inimigos, cada um se comporta de uma maneira e tem uma forma específica para ser derrotado. No entanto, a reação inicial de todos eles quando te veem é correr em sua direção desesperadamente. E isso faz com que se crie fileiras de inimigos te seguindo na fase.
Então você tenta escapar, correndo pelos corredores e atirando para trás, na tentativa de ir acabando com a fila de inimigos aos poucos. E esse é um ponto que não funciona direito em Strafe.
Como as fases sempre tem formatos diferentes, você não tem a chance de conhecer e decorar onde estão as salas ou corredores estratégicos para fuga.
Quando muitos inimigos te avistam, você é obrigado a fugir para lugares que talvez não conheça, pode acabar sendo cercado, perdendo a vida e recomeçando do zero, num mapa completamente novo.
Não há nenhum sistema de experiência ou melhorias. A única coisa que evolui é a habilidade do jogador em lidar com cada tipo de inimigo. E com o restante somos obrigados a jogar com a sorte mesmo.
Os cenários são repetitivos, mas de vez em quando mudam
E as coisas ficam ainda mais aleatórias quando se fala das armas. São 3 iniciais e 1 secreta. Você escolhe uma delas na primeira tela (ou pode ir desarmado por sua conta e risco) e passa por um portal onde o jogo realmente inicia. Essas armas tem funções distintas, sendo a de “Raio Laser Sniper” a mais eficaz por acertar de longe ou de perto, causar muito dano com um tiro só e em mais de um alvo por vez.
No entanto, todas as armas são descartadas quando a munição acaba e você só pode usar uma por vez. Assim, não dá para montar direito sua estratégia porque você não sabe onde estão os inimigos e quando as balas acabam você não sabe onde achar novas armas.
Percebe como tudo ficou meio confuso? Strafe tenta ser difícil tirando qualquer sentimento de progresso dentro do jogo. Durante todo o gameplay você fica tenso e tentando sobreviver ao próximo evento aleatório que irá acontecer.
E caso morra, terá que reaprender e jogar tudo do zero… Isso não é muito animador.
Por outro lado, Strafe tem uma jogabilidade bem atual, rápida e com uma ótima resposta. Quando você é seguido pelos inimigos é fácil correr, mirar para trás e atirar. Não há o que reclamar desse ponto.
A trilha sonora também é muito boa, lembrando as composições dos anos 90 em filmes de ação ou do próprio Doom original.
O vídeo promocional que imita comerciais dos anos 90 é bem interessante
Embora Strafe não seja um jogo muito fácil. eu consegui terminá-lo em menos de 2 minutos e com apenas um tiro. Você acha que consegue também?
- O jogo testado foi fornecido pela Devolver Digital. Versão Steam-PC