Os computadores de marcas da empresa Positivo Tecnologia passam a ser embalados com bioplástico 100% biodegradável e compostável da startup ERT Bioplásticos.
A estimativa é que, por mês, cerca de 25 mil equipamentos das linhas Positivo e VAIO cheguem ao mercado envoltos pelo material que, ao ser descartado, vira adubo em até 180 dias.
Também conhecido como “plástico-planta”, o bioplástico feito a partir da fermentação de cana-de-açúcar vai envolver os modelos de computadores das linhas Positivo, Positivo DUO, assim como VAIO FE14 e VAIO FE15.
Outros modelos que serão lançados este ano também já serão entregues no saco plástico biocompostável da ERT. A startup recebe investimentos e apoio estratégico da Positivo Tecnologia, a partir do Programa de Corporate Venture Capital.
A substituição do plástico comum, o qual é derivado de petróleo, pela opção biodegradável nas embalagens dos computadores fabricados pela Positivo Tecnologia evitará que mais de quatro toneladas de resíduo plástico sejam depositadas em lixões, aterros e oceanos, apenas no primeiro ano. A iniciativa faz parte de um movimento da Positivo Tecnologia em direção a um “computador verde”, com componentes que não gerem resíduos plásticos e agridam o meio ambiente ao fim da vida.
“A substituição das embalagens por plástico comum pelo plástico biocompostável da ERT é o primeiro passo de um projeto para tornar os equipamentos produzidos pela Positivo Tecnologia cada vez mais sustentáveis, além de alinhados às melhores práticas e tecnologias disponíveis no mercado. Estamos avançando nas pesquisas de aplicação da resina produzida pela ERT e estamos animados com os resultados”.
Diz Graciete Lima, responsável pelo Programa de Corporate Venture Capital da Positivo Tecnologia
A ERT é pioneira no Brasil na produção de plástico 100% biodegradável e compostável em escala industrial.
Desde 2021, a empresa desenvolve, o biopolímero, já usado em sacolas, sacos de lixo e descartáveis, como copos, canudos e talheres, e outros tipos de embalagens. Por sua origem vegetal e fim compostável, o bioplástico da ERT vira adubo em até seis meses, sem gerar microplásticos (como os plásticos de origem fóssil ou oxibiodegradáveis).
O CEO da ERT, Kim Fabri, explica que a busca pela tecnologia e a produção do bioplástico coincidem com a identificação de potencial, no mercado local e internacional, de mudanças no padrão de consumo para alternativas mais sustentáveis.
“A indústria, os consumidores e os governos precisam participar dessa transformação. A substituição do plástico comum, que leva mais de 200 anos para se decompor, é urgente. O bioplástico da ERT vem atender essa demanda que é crescente e passa a ser compartilhada por diferentes gerações”.
Diz o executivo à frente da ERT, que prepara a abertura de sua segunda unidade de produção, em Manaus.
Graciete Lima afirma que o uso do “plástico planta” da ERT na embalagem dos computadores fabricados pela Positivo Tecnologia marca o fim da era do plástico derivado de petróleo para essa finalidade, sem gerar custo adicional para o consumidor. Segundo a executiva, novos usos estão em desenvolvimento.
“Pretendemos trocar os calços em EPS [proteção extra a produtos durante o transporte e armazenamento] para alguma solução mais sustentável. A própria ERT está buscando alternativas que substitua o material atual com a mesma funcionalidade”.
Explica Graciete.
Os notebooks Positivo e VAIO embalados com bioplástico da ERT são fabricados em Ilhéus (BA) e Manaus (AM). Segundo o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), todos os dias, cerca de 2 mil caminhões de lixo cheios de plástico são despejados nos oceanos, rios e lagos em todo o mundo.
Esses resíduos, em grande parte, são provenientes de produtos de uso único, que poluem o planeta, assim como ameaçam a vida marinha, a saúde humana e o equilíbrio dos ecossistemas.
“Apenas 9% dos resíduos plásticos são reciclados no mundo e, no Brasil, esse índice cai para menos de 2%. Precisamos redesenhar nossas práticas para viabilizarmos escolhas mais sustentáveis. A iniciativa da Positivo serve de exemplo para todas as indústrias que têm responsabilidade sobre os impactos que geramos no nosso planeta”.
Afirma Fabri, da ERT Bioplásticos.