“Remaster“, “reboot“, “remake“, quem joga videogame conhece muito bem esses termos. E até a geração passada, eles eram bem definidos. Todo mundo sabia quando em qual categoria se encaixava um jogo antigo quando era relançado.
No entanto, atualmente, o termo remaster tem sido utilizado de forma diferente em vários jogos. Não sei explicar o motivo, mas posso chutar que as desenvolvedoras de jogos acham remaster uma palavra mais chamativa que “remake“.
Por isso, estou aqui comentando sobre esse fato. Mas primeiro, vamos relembrar o que significa cada termo.
Remake
É comum jogos que marcaram época ganharem novas versões. Mas nem sempre são continuações. Certas vezes a desenvolvedora quer se aproveitar do fator nostalgia e tentar replicar o sucesso que algum jogo teve no passado.
Então ela resolve fazer um remake, tentando se manter fiel ao que o jogo foi, mas se aproveitando de novas tecnologias de criação e dos hardwares mais potentes.
Assim, o remake acaba seguindo o conceito principal do jogo original, como personagens, fases, composição de músicas. Mas atualiza gráficos, física, jogabilidade e qualidade sonora.
Um belo exemplo disso é Resident Evil que ganhou um remake no Gamecube, onde a história é basicamente a mesma, assim como os personagens (com leves alterações). O jogabilidade ficou mais suave, com novos recursos de sobrevivência e o restante mudou muito: os gráficos, os mapas, os arranjos das músicas…
Os efeitos de luz a sombra deixaram o remake muito bonito
Reboot
Em alguns casos, somente fazer um remake pode não ser suficiente para revitalizar uma franquia. Após muitas continuações, a queda de audiência, saturação ou perda de qualidade podem fazer a desenvolvedora optar por recomeçar tudo do zero. E assim, eles criam um reboot.
Todo o enredo que aconteceu até aquele momento na franquia é ignorado e um novo é criado. Alguns personagens se parecem com o que eram, outros mudam e novos surgem, dando inicio a uma nova história.
Ainda assim, esse novo jogo continua tendo elementos que o caracterizam como pertencente à sua franquia de origem.
Tomb Raider de 2013 foi um reboot, trazendo uma nova Lara Croft e um enredo que mostrou como ela se tornou uma exploradora de tumbas. Ou seja, abordou a ideia principal da franquia, mas de uma forma diferente.
Outro jogo que também “rebootou” sua franquia foi DmC, que mudou muitos aspectos e acabou não agradando tanto os antigos fãs de Devil May Cry.
Embora o jogo fosse muito bom, não foi suficiente para cair no gosto dos jogadores e a publicadora, Capcom, resolveu voltar atrás, produzindo agora uma continuação direta de Devil May Cry 4, ignorando o reboot DmC.
Quando o visual do novo Dante de DmC foi anunciado, muitos o chamavam de Rihanna
Remaster
Remaster sempre foi um produto mais barato de ser produzido. E eles se tornaram mais comuns quando os jogos passaram a ser poligonais.
Quando uma desenvolvedora quer fazer uns trocados sem precisar investir muito, ela apenas pega um jogo antigo com certa fama, aumenta a resolução em que ele é renderizado, melhora algumas texturas, e o remaster está pronto!
A melhora de contagem de polígonos dos modelos 3D ou aumento de framerate também acontece, mas não é tão comum.
Os consoles da Sony são os que mais recebem remasters, no entanto, o Nintendo Switch não fica muito para trás, tendo recebido recentemente muitos jogos originários do Nintendo Wii U (que não chegaram a vender tanto devido à pequena base instalada desse console).
Shadow of the Colossus de PlayStation 2 ganhou o status de cult e por isso foi relançado para PlayStation 3 numa versão remasterizada. Os modelos dos personagens melhoraram levemente, mas a maior mudança foi na resolução e na qualidade das texturas.
O aumento de resolução deixa tudo mais nítido
O Resident Evil de Gamecube também pode se encaixar nessa categoria porque, depois que foi lançado, ele recebeu um remaster para consoles mais atuais e PC. Os cenários receberam um filtro para ficarem mais nítidos em HD e os personagens ganharam mais polígonos, assim como texturas em alta definição.
Na versão remasterizada existe mais volume por conta da nova iluminação
Os novos remasters
Como eu disse anteriormente, a classificação dos jogos refeitos tem mudado. Alguns que visivelmente são remakes estão sendo chamados de remaster. Um caso bastante conhecido é a coletânea do Crash Bandicoot lançada em 2017.
Um remake chamado erroneamente de remaster
Ela respeita o enredo dos três jogos, os personagens, o formato das fases e a composição das músicas. No entanto, roda uma engine completamente nova, possui um jogabilidade ligeiramente diferente e gráficos são totalmente refeitos, tanto dos personagens como dos cenários.
Assim, ele não é um remaster de verdade. Sua produção foi muito maior do que apenas aumentar a resolução e qualidade de texturas do jogo original do PlayStation 1.
Isso acaba confundindo muitos jogadores, com essa mistura de termos.
E acredito que se as desenvolvedoras mantivessem uma classificação mais fixa, que não mudasse a todo momento, seria mais fácil de categorizar os jogos. Não acha?