Após inovar o gênero FPS com a trilogia Modern Warfare, a Activision pretende agora repetir o feito com Advanced Warfare.
Focado em tecnologias do futuro, AW modifica uma série de elementos que já haviam se tornado padrões na série Call of Duty. Assim, a jogabilidade muda muito, tanto na campanha como nos modos multiplayer, dando um novo fôlego à franquia.
No jogo, estamos no ano de 2044. Atlas Corporation é uma mega empresa que oferece serviço militar a qualquer país que a contrate e você joga com Mitchell, um dos soldados da Marinha Americana. Logo no início, durante um confronto com norte coreanos, ele perde um grande amigo e também seu braço.
Mitchell entra então para a Atlas, onde lhe implantam um braço mecânico e passa a trabalhar para a corporação.
Como o jogo foca apenas neste personagem principal, você consegue acompanhar melhor os detalhes da trama. Isso aumenta consideravelmente o nível de imersão. Não que o roteiro seja “de outro mundo”, mas é bem interessante, mesmo que o final seja previsível.A maior novidade do jogo são com certeza os exo esqueletos desenvolvidos pela Atlas. Eles dão uma mobilidade completamente diferente, adicionando elementos como pulo duplos e desvios laterais.
Existem outros equipamentos futurísticos como botas que permitem grudar nas paredes e a granadas flutuantes teleguiadas. Apesar de parecerem fantasiosos, muitos estão sendo estudados e desenvolvidos nos dias de hoje.
Assim como nos episódios anteriores de CoD, a campanha é dividida em fases, só que agora, ao final delas, você pode fazer upgrade nos atributos de Mitchell. Também é possível melhorar as armas, o que pode ajudar ou não o seu desempenho na fase seguinte.
Uma grande reclamação sobre os jogos passados era a duração da campanha, que estava cada vez mais curta. AW melhorou muito nesse aspecto tendo de 6 a 7 horas de campanha. E é aconselhável começar o jogo por este modo pois ele mostra todos os tipos de situação que encontramos no multiplayer. É como se a campanha fosse um tutorial com uma história interessante e que te prepara para enfrentar outras pessoas nos outros modos de jogo.
O multiplayer também está bem melhor em relação ao CoD Ghosts. Os mapas estão mais dinâmicos e é praticamente impossível achar uma sala segura onde você possa ficar de tocaia esperando alguém aparecer para ser fuzilado, afinal, os adversários agora vem até mesmo de cima, voando.
No geral, o que temos é uma versão melhorada do que havia em Black Ops 2, assim, quem estiver traumatizado com o multiplayer do CoD Ghosts pode ficar tranquilo.
Você pode personalizar seu personagem, deixando ele único tanto em aparência como em habilidades. São vários tipos de exo esqueletos com características específicas. Você pode ficar mais rápido, mais resistente ou até mesmo ficar invisível.
Existe um sistema de pontos que permitem equipar habilidades. Cada habilidade custa um certo número de pontos e você tem um limite deles para usar. Isso mantém o equilíbrio entre os jogadores, tornando as partidas mais justas.
Dentro do multiplayer há um modo que parece um tipo de esporte como basquete em que um time enfrenta o outro ao mesmo tempo que podem atirar também. Considero este modo bem criativo. Vale a pena ficar umas horas nele.
O modo Exo Survivor permite que até 3 pessoas enfrentem hordas e hordas de inimigos até que que suas vidas se esgotem. Existem vários outros tipos de jogo e é perceptível que a Sledgehammer foca muito no multiplayer, já que esse é o modo mais jogado da franquia.
O jogo foi localizado para o português e tem vozes dubladas. A melhor voz é a de Jonhathan Irons, que é interpretado pelo ator Kevin Spacey e a versão brasileira tem o mesmo dublador que está acostumado a dublá-lo nos filmes.
Não são todas as vozes que conseguimos reconhecer dubladores famosos, mas elas não são ruins. No entanto, às vezes, algumas saem mais altas que outras. Em outros casos, frases são ditas com uma entonação que destoa da cena.
Versão PS3
O jogo é praticamente o mesmo dos consoles mais novos com downgrade no frame rate, efeitos de luz e texturas. Não parece haver nenhuma otimização para o jogo rodar no PS3, ficando com uma aparência inacabada e com as cores lavadas.
Se você jogar no PS3 ou Xbox 360 outros títulos da franquia como Black Ops 2 ou Modern Warfare 3, irá perceber como estes são bonitos. A engine não mudou desde lá para cá, então, não existe motivo para AW ter gráficos tão fracos a não ser falta de investimento mesmo.
Recomendo que os fãs de Call of Duty procurem jogar o jogo num PS4, Xbox One ou PC mesmo, pois a geração passada já não é mais o foco da Activision.
Concluindo
Call of Duty Advanced Warfare é um ótimo jogo. Foi produzido pela Sledgehammer desde 2011 e mostra ser um produto bem acabado. Obviamente ele possui alguns pequenos problemas (como o respawn problemático do multiplayer), mas são coisas que podem ser arrumadas com atualizações.
Esqueça o fiasco de CoD Ghosts e se você é fã da franquia, não deixe de experimentar Advanced Warfare num console da atual geração ou no PC.
Nota: 4.5/5