[Evento] Crítica – Brasil Game Show 2022

O ano de 2022 está sendo marcado pelo retorno de vários grandes eventos presenciais. Esse ano o 88milhas esteve na Anime Friends, Festival do Japão e agora em outubro foi a vez da BGS, ou Brasil Game Show. Para matar a saudade, foram sete dias de evento, de 6 a 12 de outubro no Expo Center Norte.

Foi mais uma chance de rever amigos, acompanhar as novidades do mundo dos games e caminhar bastante. Estive em presente em três dias. O primeiro, reservado para imprensa, negócios e VIPs, como sempre é o mais sossegado. É quando dá para ver melhor tudo o que foi planejado para aquela edição do evento.

Neste ano tivemos muitas marcas aparecendo pela primeira vez com seus estandes. Entre os maiores expositores estava a Sony, com seu tradicional estande imenso, com direito a paredões de telão e muitas estações de jogos para o público testar os jogos.

A Nintendo, que já esteve presente em 2019, voltou com um estande ainda maior. Isso é bacana pois a empresa ficou por muitos anos fora da BGS, mas agora finalmente parece mais empolgada em aparecer para o público brasileiro.

A Capcom compareceu e trouxe o esperadíssimo Street Fighter 6 para o público testar, ainda em versão não finalizada. Consegui testar no primeiro dia do evento e joguei com vários personagens. No entanto, nos outros dias a fila de espera ficou muito grande, o que já era esperado, pois a expectativa por esse jogo é grande e a recepção do público está sendo bastante positiva no geral.

No estande da Nintendo havia Mario + Rabbids: Sparks of Hope para jogar. Tratava-se de uma fase introdutória, o jogo não estava completo. Não consegui testar na feira, porém, a Ubisoft me enviou o jogo nessa semana e em breve comentarei mais aqui no site sobre ele. No primeiro dia foi mais fácil experimentar os jogos no estande da Nintendo, já nos outros as filas eram enormes, principalmente para M+R: Sparks of Hope e Splatoon 3.

De qualquer forma, havia um palco enorme com telão onde a galera podia jogar vários jogos, alternando entre Just Dance 2022, Nintendo Switch Sports e outros.

Kirby’s Dream Buffet era um jogo mais fácil para testar pois teve pouca fila em todos os dias e deu pra dar uma boa jogada. Realmente é um jogo de corrida à pé, lembrando muito Fall Guys, mas com opção de pegar itens no caminho, como acontece em Mario Kart.

O trailer de “Super Mario Bros. – O Filme” foi divulgado durante o evento, acompanhando o lançamento dele nos Estados Unidos. Não consegui ver no dia, mas acompanhei pela internet. Mas notei que lá na BGS os fãs ficaram muito empolgados. Acredito que vá superar facilmente a má impressão deixada pelo filme dos anos 90.

No final do primeiro dia aconteceu o tradicional coquetel da Hyper X para imprensa dentro de seu estande. Foi o momento para rever um pessoal que há muito tempo eu só falava pela internet. Houve uma pequena palestra sobre os novos produtos da marca.

Um deles é o microfone HyperX DuoCast, que é um intermediário entre o SoloCast e o QuadCast. Não tinha ouvido falar sobre ele antes, mas consegui uma tirar uma foto na lojinha dentro do estande. Quem sabe um dia não faço um review dele aqui no site?

No fim do coquetel rolou o sorteio de alguns produtos da HyperX, mas como é de praxe, não ganhei nada! Talvez futuramente?

A QuByte tem se especializado no público retrogamer.

Durante o evento ela anunciou a produção de uma coletânea dos famosos (no Brasil) jogos Top Gear, agora usando o nome japonês. Trata-se de Top Racer Collection, que além de trazer a trilogia de jogos para Super NES, ainda terá o Top Racer Crossroads, um crossover com o jogo brasileiro Horizon Chase (da Aquiris).

No estande da QuByte também havia o port de Breakers Revenge, que será lançado para os consoles atuais. A jogabilidade continua tão boa quanto era no NeoGeo e será uma ótima pedida para quem curte jogos clássicos de luta.

A demo de Top Racer Collection esteve disponível. Era possível testar entre Top Racer 1 e Top Racer Crossroads. Infelizmente, em ambas só era possível jogar uma corrida. Era a mesma pista repetida para os dois jogos, mais especificamente, a primeira de TR1. A música da corrida também não mudava e isso deve ter cansado um pouco os expositores, embora seja um clássico.

No entanto, a jogabilidade era a mesma encontrada no SNES. O TR Crossroads parece ser o TR1 modificado, sempre com tela dividida, mas com opção de escolher os carros do Horizon Chase, como o Uno da firma com escada. Não notei nenhuma melhora em framerate ou resolução. Seria legal se o jogo rodasse mais suave como acontece com o Top Racer 3000.

Todos os eventos presenciais que estão voltando esse ano não estão tão grandes como eles eram no passado. Sabemos que o mundo todo está em crise, se recuperando de uma terrível pandemia, então isso é compreensível. Não faltou atração na BGS, porém, foi notável a falta de algumas empresas que sempre estiveram por lá.

Por exemplo, não tivemos estande da Microsoft e nem um da Ubisoft (que sempre tem foco em Just Dance). Até havia alguns painéis comemorando o aniversário da franquia Assassin’s Creed, mas foi apenas isso. Embora a Sony estivesse presente, foi bem estranho God of War Ragnarok não dar as caras. Trata-se do próximo grande lançamento para PlayStation 5 e o público brasileiro merecia essa chance de testá-lo. Lembrando que nos anos passados a Sony levou para a feira outros jogos antes do lançamento.

Outra grande falta foi a Activision, que sempre esteve presente e sempre levava seu próximo Call of Duty, antes do lançamento.

Um jogo que eu jurava que estaria na BGS, mas não apareceu, foi Sonic Frontiers. Ele também está prestes a ser lançado e faria sentido estar na feira, afinal, o produtor dos jogos do Sonic, Takashi Iizuka, foi o convidado de honra do evento. Ele recebeu o prêmio Lifetime Achievement e ainda levou a turnê Sonic Symphony, onde várias trilhas clássicas do Sonic foram tocadas no palco principal.

Falando nesse palco, foi onde aconteceram vários torneios de e-sports e onde algumas bandas tocaram. Esteve sempre cheio.

Quem ficou responsável por trazer várias atrações, fazer entrevistas e apresentações foi a TikTok. Seu estande era grande e possuia vários espaços diferentes.

Mais uma vez, o jogo Genshin Impact chamou atenção com seu estande. Havia várias estações para jogar e o que não faltou foram os cosplayers, que acredito ser apenas fãs do jogo. Nenhum aparentemente era contratado do estande para estar lá.

A Marvel estreou na BGS trazendo um estande cheio de cantos “instagramáveis”, uma área só para para o filme “Wakanda Para Sempre” e muitos produtos da marca para comprar.

Era uma loja recheada das mais variadas coisas. Copos, camisetas, almofadas, action figures. Deu um ar de CCXP ao evento. Curiosamente, não havia jogos futuros da Marvel para jogar, apenas alguns já conhecidos há alguns anos.

A Área Indie não mudou muito. Continuou sendo apenas um corredor de pequenos estandes, só que dessa vez mais comprido.

Gostei muito de testar Pocket Bravery, da Statera Studio. É um jogo de luta 2D baseado no estilo dos clássicos dos anos 90. Ele possui uma ótima jogabilidade, grandes possibilidades de combos e uma mecânica bem complexa. Além dos personagens originais, o Sho, de Breakers Revenge também pode ser selecionado. Sua demo está disponível na Steam para quem quiser experimentar.

Na BGS havia uma área enorme com vários estandes otakus. montados com material de acrílico branco. Aqueles que costumeiramente vendem canecas, travesseiros enormes de personagem de anime, bottons, camisetas, funkos e até jogos antigos e controles de videogame. Acredito que essa área nunca foi tão grande na BGS.

Nesse ano o Museu do Game não esteve na feira, porém, havia a famosa área dos arcades clássicos. Onde o pessoal se divertia com pérolas como Street Fighter 2, Mortal Kombat, The King of Fighters ’97, entre outros. As máquinas possuem aquele seletor de jogo (acessado ao segurar os botões de Start por alguns segundos). Infelizmente, nem toda máquina estava em boas condições. Em algumas o direcional não registrava as diagonais, impossibilitando e execução de golpes especiais, em outras alguns botões não funcionavam.

A praça de alimentação era enorme. Muita gente ia lá para comer ou mesmo para se sentar e descansar. Tinha comida de todo tipo. Não notei a presença de Mc Donalds ou Bobs (que estiveram no Anime Friends esse ano), porém, o Outback esteve por lá, num estande próprio e servindo pratos express. A Cinemark também marcou presença com sua famosa pipoca com manteiga.

Jogos de criptomoeda não ficaram de fora. Evoverse foi um desses jogos com um grande estande. Era o único com a presença de booth babes (modelos de roupa colada para chamar a atenção do público masculino). Era um estande que fez eu me sentir em 2012. Não dava para ver muito sobre o jogo Evoverse estando do lado de fora do, a estrutura era chamativa, o logo dava para ver de longe, mas parecia querer esconder algo.

Outros expositores eram a Saga, SBT, Samsung, Piticas, Red Dragon, Kabum, Flexform, Vivo e até Ana Maria (a marca de bolinhos recheados). A Acer estava por lá. O YouTube tinha um espaço enorme e deu destaque aos conteúdos Shorts, para competir com o TikTok. A Bauducco teve forte presença. Além de distribuir cookies aos visitantes, ainda ficou com o palco cosplay.

O navegador OperaGX, focado em pc-gamers teve seu estande. Além do pessoal poder jogar, ainda tinha a chance de conhecer o GameMaker, programa para quem quer começar a produzir seus próprios jogos. A Fast Shop praticamente substituiu as Lojas Americanas que sempre estiveram na BGS. O público podia comprar várias coisinhas no estande.

A Kingston retornou ao evento. Depois de vender a marca HyperX para a HP, ela apareceu apenas divulgando suas placas de memória RAM Fury. A Lenovo marcou presença com um estande cheio de atividades para o público e também divulgou seu projeto Todo Mundo Joga. Esse ano a DX Racer compareceu à BGS, com um estande cheio de atividades, no entanto, não notei as cadeiras disponíveis para o público experimentar.

No mais, eu testei um pouco The Last of Us Part 1. Realmente está muito mais bonito que o remaster de PS4 e a jogabilidade parecia mais suave.

A volta da BGS como evento presencial foi um grande marco. Com certeza foi um momento feliz e importante para muitas pessoas. Torço para que em 2023 tudo seja ainda maior e melhor. Quero ver a volta da Microsoft, Activision, Ubisoft com força total. E que mais jogos não lançados estejam disponíveis para teste.