Após sete anos, Homens de Preto ganha uma continuação, com ares de soft-reboot, porém sem abandonar tudo o que aconteceu anteriormente.
Sinopse: Os Homens de Preto sempre protegeram a Terra da escória do universo. Nessa nova aventura, eles enfrentam a maior e mais global ameaça de todas: um espião infiltrado na organização MIB.
Agora ficamos sabendo que a agência MIB está maior e agindo de forma global. E nessa aventura temos a formação de uma nova dupla.
Tiroteio e destruição tem, mas não muito
De um lado temos o agente H (Chris Hemsworth), veterano e conhecido por alguns grandes feitos, trabalha na filial em Londres. E do outro temos a agente M (Tessa Thompson), uma agente novata vinda dos Estados Unidos que se uniu à agência devido a sua grande insistência e esforço.
M, ou “Molly”, tem uma grande obsessão com a MIB desde pequena. Certa vez na infância, um alienígena invadiu sua casa e os agentes entraram em ação. Seus pais tiveram as memórias apagadas pelo neuralizador, mas ela, por estar longe, acabou escapando do flash e viveu por anos com aquelas memórias.
Assim, com o passar do anos, Molly criou uma maneira de investigar e rastrear a presença de ovnis no planeta, com o objetivo de se aproximar da MIB.
Ao ser aceita como agente, ela é mandada para Londres para investigar sobre um novo caso. E nesse momento, descobrimos uma nova ameaça.
Como as missões sempre dão errado, e os vilões parecem sempre ter informações acesso a informações sigilosas, os protagonistas passam a desconfiar que existe um traidor dentro da MIB.
Inicialmente os agentes H e M (homem e mulher?) não se dão muito bem. Mas obviamente eles acabam se entendendo, como era de se esperar. E com o passar do filme, o verdadeiro traidor é revelado, acontecendo da forma mais clichê possível.
Temos viagens a vários países durante a aventura. Mas normalmente são passagens rápidas. Não parece ter uma razão muito forte para a escolha dos países apresentados.
Engenhocas gigantes não poderiam faltar!
Há uma certa simplicidade no roteiro. Quando o verdadeiro vilão é descoberto, não fica bem claro desde quando ele estava agindo e porque ele tem mais de uma forma. Da mesma forma, é estranho que uma agente novata seja mandada pra uma missão tão complicada, num país longe de sua casa e logo no primeiro dia de trabalho.
Os agentes protagonistas funcionam bem quando estão juntos e tem aquela boa e famosa química das duplas dos filmes estilo buddy cop. As piadas entre eles são boas, sem forçação de barra e o agente H não parece um bobalhão, como geralmente acontece em filmes onde a dupla principal é composta por uma mulher e um homem.
H é engraçado e seguro do que está fazendo. Às vezes ele até mesmo é meio relaxado e tem o vício de achar que está tudo sob controle. Já M ainda está se acostumando ao seu novo trabalho e costuma questionar as coisas, antes de tentar resolver algum problema.
Falando sobre efeitos especiais, a qualidade deles variam bastante. Temos momentos em ângulo aberto em que fica muito visível o famoso fundo verde. A cena do metrô se modificando é bem precária, por exemplo.
Mas muitos alienígenas feitos em CGi são muito bem construídos e realistas. A cena de deslizamento de terra próxima do final do filme também é bem impressionante.
Para quem é fã da franquia MIB, os equipamentos e armas malucas continuam criativas. Porém, as cenas de ação são curtas e fazem pouco uso delas.
O final é simples, e mesmo que não explique mais sobre o vilão, ele é bem fechado, não deixando ponta solta para continuações. E também não há cena pós-créditos.
Será que os produtores não tinham realmente nenhuma pretensão de fazer novos filmes? Ou apenas estão aguardando o resultado das bilheterias para depois pensarem no futuro?
Fica a impressão que o filme foi pouco ambicioso. Ele tenta se renovar trazendo uma protagonista mulher e um enredo global. Mas deixa muito a desejar pela trama simplória. O potencial para trazer algo realmente novo para esse universo era enorme, mas não foi aproveitado.
O filme não se importa muito com quem está começando a conhecer a franquia MIB por ele, por isso não pode ser considerado totalmente como um reboot. Vários elementos de sua mitologia aparecem e não são muito bem explicados, tornando de certa forma necessário ver a trilogia anterior. Mesmo que ainda seja possível entender o filme, esses detalhes faltantes podem atrapalhar.
No geral, MIB: Homens de Preto Internacional não é um filme ruim. Apenas peca pela simplicidade. É o famoso filme pipocão com boas piadas, mas que não sabe explorar seu próprio universo.
Como os protagonistas tem bastante carisma, não duvido que uma continuação aconteça eventualmente. Porém, torço para que ela apresente um roteiro mais interessante aliado às boas piadas que essa franquia sempre teve.
- A Sony Pictures nos convidou para assistir ao filme para essa análise