Will Smith volta ao cinemas com este filme de ação que pretende revolucionar os efeitos especiais e uma nova tecnologia de exibição em 3D.
Sinopse: “Projeto Gemini é um inovador thriller de ação estrelado por Will Smith como Henry Brogan, um assassino de elite, que é subitamente alvo e perseguido por um misterioso jovem agente que aparentemente pode prever cada movimento seu. O filme é dirigido pelo cineasta vencedor do Oscar® Ang Lee e produzido pelos renomados produtores Jerry Bruckheimer, David Ellison, Dana Goldberg e Don Granger. No elenco também estão Mary Elizabeth Winstead, Clive Owen e Benedict Wong”.
O filme foi rodado utilizando a tecnologia 3D+ que consiste em filmar 120 frames por segundo, sendo 60 frames para o olho direito e 60 para o esquerdo. Assim, foi possível criar imagens em 3D com a fluência de 60 frames por segundo, chegando mais próximo da visão real do espectador.
O agente que persegue Henry Brogan nada mais é que seu clone mais jovem. Para dar vida a esse personagem, os produtores criaram um modelo totalmente digital de Will Smith. Assim, em alguma cenas ele é o atual Will Smith com um modelo 3D aplicado por cima de seu rosto. Mas em outras, temos o personagem digital aparecendo por completo.
Não é em todo o filme que seu rosto fica assim tão realista
A trama envolve muitas cenas de ação, viagens a alguns países e reviravoltas perto do final. Mas não espere nada muito complexo, tudo apresentado no filme é bastante simples e o grande foco foi realmente colocar dois Will Smiths para brigar, além de apresentar o novo 3D+.
O filme se mantém interessante também por conta do elenco que foi muito bem escolhido e consegue entregar bons personagens.
A fotografia é de excelente qualidade e varia bastante entre dia e noite nos vários países onde tudo acontece. As cidades de dia tem cores bem fortes e vivas, provavelmente escolheram ambientes abertos para tirar mais proveito da nova tecnologia 3D.
Belas paisagens não pode faltar em filmes de ação
Infelizmente, os pontos positivos acabam por aí. Como dito anteriormente, a trama não entrega nada realmente novo. Filmes onde um agente tenta deixar seu emprego e acaba sendo perseguido pelos antigos colegas de trabalho é algo bem batido hoje em dia.
O novo 3D realmente deixa a imagem muito fluida e agradável de assistir, mas seria isso o bastante para tornar o filme memorável?
Embora eu tenha visto muitas pessoas elogiando os efeitos utilizados no jovem Will Smith e afirmando que estava quase perfeito de tão realista, eu não consegui ter a mesma opinião.
Em muitos momentos achei seu rosto bem artificial, “duro” e sem expressão. Principalmente quando ele tenta serrar um pouco os olhos e as pálpebras ficam grossas e parecem não sair do lugar.
Brogan acaba tendo ajuda de ótimos companheiros
Quando se trata de iluminação em seu rosto, o trabalho realmente ficou bom. Numa cena escura, onde o rosto do jovem Will é iluminado com uma lanterna, tudo casa perfeitamente. No entanto, em uma das cenas finais, num campo aberto e à luz do dia, ele parece um boneco de cera, perdendo qualquer textura que pudesse deixar mais realista.
Algumas cenas de ação são ótimas, cheias de ângulos ousados, rápidas e fáceis de entender. A melhor com certeza é da perseguição de motos (que aparece no trailer). Elas empolgam bastante e mesmo durante tiroteios tudo está muito bem coreografado.
Em todo caso, é bem fácil detectar quando temos um personagem ou objeto totalmente modelado digitalmente. Como a tecnologia 3D+ ainda é nova, talvez os produtores do filme ainda não tinham todo o domínio para combinar de forma natural o que é de verdade com o que é digital. Em vários momentos os atores parecem estar atuando ao lado de personagens de videogame. É tão gritante que pode tirar a atenção do espectador.
Como todo bom final, ele guarda surpresas. Mas desta vez não é algo inovador e nem mesmo empolgante. É só algo jogado para concluir uma das subtramas envolvendo o futuro dos protagonistas.
Por mais que o roteiro quisesse ser simples, em certos momentos os personagens parecem agir de forma burra. Brogan, quando vê seu clone pela primeira vez, repara em seu biotipo, em sua voz e maneira de agir. Mas em nenhum momento passa em sua cabeça que pode se tratar de um clone, mesmo mais tarde quando ele fica sabendo mais sobre o projeto secreto que envolve clonagem. Fica parecendo que ele não é um agente veterano tão esperto assim.
Temos também personagens que parecem se teleportar entre países e estão sempre na frente dos protagonistas. A noção de tempo no filme é bastante confusa.
Projeto Gemini é recomendado para quem quiser conhecer o 3D+ e a nova forma de modelagem de personagens, que é muito mais do que uma mera maquiagem digital. Mas é importante ir já sabendo que a ambição do filme está nos efeitos e não na trama.
Ele entrou em cartaz dia 10 de outubro de 2019.
- Fomos convidados pela Paramount para assistir ao filme, versão legendada
Obs: Faltou na versão dublada o jovem Will Smith ser dublado pelo Manolo Rey (dublador q fez a voz do ator em Fresh Prince of Bell-Air). Seria nostálgico, não?