Hoje a Sony Pictures realizou uma cabine de imprensa do filme Venom e fomos convidados à assistir em primeira mão. Confira a nossa análise!
Sinopse: Eddie Brock (Tom Hardy) é um jornalista que investiga o misterioso trabalho de um cientista, suspeito de utilizar cobaias humanas em experimentos mortais. Quando ele acaba entrando em contato com um simbionte alienígena, Eddie se torna Venom, uma máquina de matar incontrolável, que nem ele pode conter.
Venom é um filme cheio de boas intenções. Aparentemente, a Sony está com planos de iniciar uma franquia baseada nesse personagem e sem qualquer citação ao Homem-Aranha.
O enredo do filme é bem simples e tem como objetivo mostrar como Eddie Brock se tornou o Venom e lutou contra a Fundação Vida. A inspiração é a mini-série em quadrinho Venon: Lethal Protector e se passa em São Francisco.
Eddie busca uma forma de desmascarar os experimentos ilegais da Fundação, mas acaba perdendo emprego, a namorada e entra numa fase ruim da vida. Mas, com a ajuda de uma cientista da fundação, a Dr. Dora Skirth (Jenny Slate), ele tem acesso ao laboratório e acaba infectado.
A partir daí ele passa a ser perseguido ao mesmo tempo que tem que firmar um pacto com o simbionte Venom que se apossou de seu corpo.
Como já é comum nos filmes de super herói, o filme tem vários momentos focados em comédia. Só que nem sempre as piadas funcionam. Algumas até mesmo dão certa vergonha alheia…
No começo é estranho ouvir o Venom falando na cabeça de Eddie com a voz monstruosa, ficou bem caricato. Mas isso passa a funcionar melhor quando os dois já se conhecem e passam a lutar juntos. Infelizmente, é mais provável que você vá rir das comédias involuntárias que acontecem muitas vezes no filme.
O enredo possui vários problemas no roteiro. Alguns furos são meio imperdoáveis. Parece que os roteiristas não deram uma lida no que estavam escrevendo antes de mandar filmar.
Por exemplo, numa certa cena, Venom diz que sabe tudo sobre Eddie pois está dentro de sua mente. No momento seguinte, Venom pergunta quem é Annie (Michelle Willians), a ex-namorada de Eddie, que fez seu coração acelerar quando o chamou pelo celular.
Como Venom não sabia quem ela era se momentos antes ele disse saber tudo o que Eddie pensava?
Uma Fundação do barulho provocando altas confusões
Num outro momento, quando Eddie entra no laboratório com ajuda de sua amiga cientista, ele consegue fugir e só passa a ser perseguido pela Fundação quando a cientista confessa tê-lo levado até o local.
Sendo esse um laboratório super secreto que realiza experimentos ilegais em humanos. Ninguém nunca pensou em instalar ao menos uma câmera de vigilância?
Enfim, próximo ao final, surge um grande desafio para Eddie que envolve a Fundação Vida. Mas não é algo que vem sendo desenvolvido ao longo do filme. Simplesmente aparece e Eddie se motiva a resolver.
Tom Hardy parecia com muita vontade de interpretar Eddie. Mas essa vontade era tanta que em muitos momentos ele exagera na atuação, nas caretas e na cara de bobo. Principalmente nos momentos em que está aprendendo seus poderes, ficou bem caricato e meio falso. Provavelmente os produtores queriam um protagonista carismático mas não souberam dosar direito.
E esse “X” na lanterna da moto hein? Aliás, o filme faz referência até ao Superman!
O vilão principal do filme é o cientista Carlton Drake (Riz Ahmed), que comanda a Fundação Vida. Ele se torna o hospedeiro de outro simbionte, o Riot. Embora seja um personagem bastante crível, falta nele um pouco de carisma. Ele mostra seu lado cruel e frio quando se trata de suas pesquisas e surpreso quando vê os efeitos do simbionte em Eddie. Mas nada demais, faltou um pouco mais de emoção ao ver seus planos falhando.
Aliás, os testes com as cobaias feitas pela Fundação Vida acontecem aos montes, até acharem um hospedeiro que faça a simbiose corretamente. Mas sempre dá errado. Já com os protagonistas que recebem os simbiontes, sempre dá certo e sem efeitos colaterais, tudo a favor do roteiro.
A qualidade dos efeitos especiais varia muito. Em alguns momentos Venom está muito bem feito e em outros se torna artificial, como na cena de luta no final. Os efeitos nos cenários são bons em geral, só o que atrapalha mesmo são os simbiontes que as vezes não combinam com o fundo.
A quem o filme Venom pode agradar?
Bom… os fãs dos personagens do universo do Homem-Aranha podem acabar curtindo mais o filme.
Já o público em geral, acho que vai sair com certa vergonha do cinema, pois o filme peca em ser algo mais verossímil. A caricaturização de Eddie é muito forte e fica difícil levar ele (ou o Venom) a sério. (“Não acredito no que estou venom!”).
De qualquer forma não é “um lixo total” como andam dizendo por aí. Na falta de um filme de super herói nesse fim de ano, até vale a pena assistir Venom. Mas procure uma sessão barata.
- Assistimos ao filme a convite da Sony Pictures