“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” estreou ontem nos cinemas de todo o país! E já antecipo que valeu a compra do ingresso!
Neste novo filme, a rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M’Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as Dora Milaje (entre elas, Florence Kasumba) lutam para proteger sua nação das potências mundiais que intervêm após a morte do Rei T’Challa. Enquanto o povo de Wakanda se esforça para embarcar em um novo capítulo, os heróis devem se unir com a ajuda da Cão de Guerra Nakia (Lupita Nyong’o) e Everett Ross (Martin Freeman) para forjar um novo caminho para o reino de Wakanda.
A direção é de Ryan Coogle, com a produção de Kevin Feige e Nate Moore.
O filme aborda alguns temas principais: superação do luto, ambição política e ciclo de ódio (tema muito abordado em outras mídias atualmente).
Além de mostrar o que está acontecendo em Wakanda após a morte do Rei T’Challa, também apresenta os novos personagens como a Riri Willians e o mutante Namor.
A dinâmica geral lembra um pouco o que vimos em Guerra Civil. Pois conhecemos os dois lados de um grande conflito e temos a introdução rápida de uma nova personagem adolescente com certa ligação a Tony Stark. A diferença é que agora a guerra são entre nações: Wakanda e Talocan(o reino de Namor).
São duas horas e quarenta de filme muito bem utilizados pois muita coisa nova chega ao MCU.
O clima de luto é muito forte em todo o filme, por conta disso, ele tem um tom mais sério, deixando as famosas piadinhas da Marvel quase totalmente de fora. A origem de Namor e do povo de seu reino também é retratado com seriedade, entregando um personagem bastante interessante.
Sua origem latina explica o motivo de seu visual meio inca. Aliás, o filme continua focando em etnias diversas, com foco na africana, mas também abordando de forma respeitosa os latinos.
Nos é entregue um produto com um estilo bem diferente das séries atuais da Marvel. Para quem não curte as séries, ele acaba sendo ainda mais recomendado.
Assim como em outros filmes da Fase 4 do MCU, Wakanda Para Sempre é contido em si mesmo. Eventos importantes de filmes recentes não parecem influenciar no roteiro e não há muito senso de continuidade. Não há o sentimento de ser algo episódico como acontecia nos filmes do final da Fase 3. Por um lado é bom ver que o filme caminha sozinho, mas essa desconectividade é o que deixou essa fase atual tão estranha.
As homenagens ao ator falecido Chadwick Boseman são bem feitas e muito respeitosas. Não há inserção dele como T’Challa em cenas em CGI ou com dublê de corpo. Tudo foi feito pensado para após a morte do personagem e o foco fica em sua irmã Shuri.
Riri Willians é mostrada como uma garota adolescente super inteligente e fascinada por tecnologia (principalmente a Stark) que se torna a causa dos problemas entre Talocan e Wakanda. Sua apresentação é rápida, embora dê para entender suas motivações. Mais tarde ela acaba criando uma ligação forte com Ramonda, a rainha regente wakandana.
Já Namor tem uma introdução mais longa, mostrando até detalhes como seu nascimento, o surgimento de seus poderes e como pessoas passaram a viver com ele no fundo do mar.
O visual do filme é absurdamente bonito. A direção artística de Wakanda continua chamativa e colorida, como era de se esperar. Talocan, por sua vez, mostra ambientes aquáticos bem únicos e criativos. Os efeitos especiais estão muito bons e as cenas de luta finais parecem ser um pedido de desculpa aos efeitos fraquíssimos do filme anterior.
A questão política dentro da trama revela que muitos países estão querendo explorar Wakanda por ser o único lugar do planeta a possuir o metal vibranium. A abordagem é feita através de reuniões civilizadas e também com tentativas de saques a postos avançados do país. Enquanto um perigo maior não surge contra o planeta (ou contra o universo), é curioso ver como os humanos retornam facilmente a suas brigas mundiais internas.
Casualidades da vida real fizeram com que personagens femininas ganhassem mais destaque nesse filme como Ramonda, Shuri, Okoye, Nakia. Ainda assim, o M’Baku teve sua importância, aparecendo até mais do que no filme anterior e com a possibilidade de se destacar futuramente. Em todo caso, prevejo choradeira na internet por conta do grande número de mulheres protagonistas. Uma pena que muitas pessoas não consigam mais apenas aproveitar uma história pela história em si…
“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” abre caminho para novos personagens, reorganiza Wakanda e traz novas possibilidades para o futuro do MCU (assim como vários filmes da Fase 4). Resta agora esperar por “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”.