A Paramount Pictures nos convidou para a cabine de imprensa de “Sonic: O Filme“. E agora você poderá conferir o que achamos do longa. Sem spoilers, claro!
São quase 30 anos de existência do mascote mais famoso da Sega. E finalmente ele recebeu uma adaptação para os cinemas que consegue ao mesmo tempo inovar e se manter fiel a suas raízes.
Sinopse: Sonic, o ouriço azul super veloz é forçado a deixar seu planeta natal e acaba teleportando para a Terra. Anos se passam e ele acaba conhecendo o policial Tom Wachowski (James Marsden). Ambos se tornam amigos e precisam impedir que vilão Dr. Robotnik (Jim Carrey) capture Sonic e use seus poderes para dominar a humanidade.
Em 2019, as primeiras imagens e teasers divulgadas sobre o filme trouxeram muitos comentários e controvérsias quanto ao design do personagem que, segundo os produtores, precisava ser assim para funcionar num live action com pessoas reais.
Assim que o Sonic do filme foi revelado pela primeira vez, a internet veio abaixo. Ele estava realmente muito estranho, algo muito distante do que conhecíamos até então. As reclamações foram muitas, principalmente nas redes sociais.
E quem disse que reclamar nunca adianta? A Paramount resolveu atender ao pedido do público e adiou a estreia do longa, prometendo trazer um redesign do personagem.
Assim, o Sonic foi reformulado e ressurgiu numa versão muito mais fiel a versões anteriores, com aspecto mais cartunizado e com grande probabilidade de agradar tanto antigos como novos fãs.
Sonic possui muitas versões nos dias de hoje. Há o clássico gordinho, o modernizado e mais atlético, o Sonic dos desenhos antigos e o aventureiro de Sonic Boom.
Agora no filme temos uma nova versão. Somos apresentados a um outro Sonic que por um problema no passado precisou abandoar seu planeta de origem, sendo teleportado para o planeta Terra, através de um de seus anéis dourados.
Ele passa a viver na fictícia cidade interiorana de Green Hills, onde ele vive praticamente sozinho, sem ter contato com os humanos. No entanto, ele conhece a todos daquele lugar, pois passa horas e horas os observando.
Ele merece ser chamado de Eggman?
Sonic está sempre lidando com o fato de viver sozinho. E isso é um dos motivos que acaba o expondo, fazendo com que o governo americano decida investigar.
Os oficiais do governo enviam o excêntrico Dr. Robotnik, que foi responsável por resolver grandes calamidades no passado, para descobrir sobre coisas estranhas que estão acontecendo em Green Hills.
Assim, a caçada de Robotnik tem início e Sonic acaba pedindo ajuda para o policial Tom Wachowski.
Como comentei anteriormente. Este é um novo Sonic, ele utiliza anéis para se teleportar e tem um passado diferente de suas outras encarnações, embora continue sendo extremamente rápido e impulsivo.
Robotnik segue a mesma linha, sendo um cientista maluco do mundo real e com aqueles trejeitos que somente Jim Carrey pode fazer. Seu passado também é explicado no filme, coisa que não acontece muito nos jogos, e temos uma base para saber de onde vem sua excentricidade. É definitivamente uma abordagem diferente com este personagem.
Sonic lembra muitos suas versões mais atuais. Está sempre falando, fazendo piadas sarcásticas enquanto corre e lembrando bastante o filme do Deadpool. Mas isso tem o motivo, ambos compartilham o mesmo diretor, Tim Miller.
No fim, ambos os personagens são interessantes, funcionam bem e tem uma boa dinâmica entre eles.
A amizade entre Sonic e Tom Wachowski vai surgindo aos poucos. Como Sonic já conhece muito sobre os humanos, fica fácil para Tom guiá-lo durante a aventura. Mas não é como se fosse fácil para o Tom conter a impulsibidade de seu amigo azul.
Falando sobre o Tom, o personagem é interessante e um policial competente. Tem momentos engraçados, que obviamente não chegam ao nível do Robotnik, mas acrescentam bem para o filme. Sua habilidade de ignorar a irmã de sua esposa é impressionante.
Entre cenas de ação e de comédia, o filme entrega um tom leve. O clima das piadas é bem cartunesco e às vezes surreal. Trata-se de uma fórmula ideal para agradar às crianças e os fãs antigos que não tiverem esquecido que muitos dos jogos também seguem essa linha.
Como não poderia deixar de ser, o filme faz um ótimo fanservice ao trazer referências dos jogos e também cita outros personagens e produtos da cultura pop. É preciso estar bem atento para pegar tudo.
A trilha sonora funciona bem. Os fãs vão encontrar temas conhecidos, mas, como já foi divulgado anteriormente pela, a banda Crush 40 não está presente.
Não penso que isso seja um problema, já que é uma nova versão do Sonic e não há problema dele ser representado por outro cantor.
Ben Schwartz faz a voz de Sonic e consegue reproduzir a mesma vibe dos jogos atuais. Na versão dublada (que ainda não pude conferir), Sonic é dublado pelo Manolo Rey, que vem fazendo a dublagem do personagem desde o cartoon Sonic SatAm e permaneceu em Sonic X e Sonic Boom.
Sonic, amigos e drones em formato de ovo!
Em matéria de efeitos especiais, não há muito do que reclamar. Sabemos que a equipe de produção teve muito trabalho para reanimar o Sonic quando seu design foi modificado. E o resultado ficou muito bom.
Talvez, numa cena ou outra, principalmente naquelas que passam rápido,dê para perceber que trata-se do modelo antigo ligeiramente modificado para parecer o novo (quando ele aparece em close usando capacete de baseball, por exemplo). Em outros momentos parece realmente um modelo totalmente novo.
Mas não é nada que incomode de verdade. O personagem é bem convincente e ele parece realmente existir naquele mundo.
Robotnik quer que ele volte para Arrow?
Os animais que aparecem no planeta do Sonic no início tem um tom um pouco mais realista em relação a ele. Talvez isso seja algo que permaneceu da versão antiga do filme onde o próprio Sonic tinha mais desse realismo. Acredito que caso esses amigos do Sonic apareçam numa futura continuação, eles irão um aspecto um pouco mais cartunesco.
O filme explora em alguns momentos a solidão do Sonic quando ele é obrigado a viver isolado das pessoas por medo de não ser aceito. São nesses momentos que percebemos as nuances do personagem e passamos a nos importar mais com ele. Não é nada melodramático demais e combina com o restante do enredo.
Sonic: O Filme tem uma aventura bem leve e divertida. Os momentos finais são empolgantes e ainda deixa brexa para continuações.
Nem tudo o que aparece nos games está presente, o foco está em apresentar os personagens e mostrar o primeiro embate entre Sonic e Robotnik. Torço para que faça sucesso e possamos ver mais Sonic no cinema. Há muita coisa para se explorar ainda e o começo foi com o pé direito.
A Paramount trouxe um Sonic diferente que consegue respeitar o legado do personagem. Ao adiar o lançamento do filme, ela demonstrou se importar com o que os fãs queriam ver. O resultado mostra que eles estudaram o personagem e conseguiram entender o que é que faz dele um sucesso nos games.
O personagem vem passando por poucas e boas nas mãos da Sega que, hora entrega um jogo bom e na outra um mediano ou ruim. Atualmente eles vêm tendo cada vez menos orçamento, afetando em sua qualidade e tamanho. Isso acaba frustrando um pouco e tirando a esperança de que um dia o personagem irá voltar com tudo, tendo vários jogos bons em sequência.
Mas o Sonic dos cinemas acabou sendo um grande acerto. As duas partes super divididas do fandom do ouriço vão poder curtir, mesmo que haja mais referências aos jogos clássicos.
E finalizando, fica aqui uma dica para quem ainda não assistiu: Não saia do cinema quando acabar, pois, são DUAS cenas pós-créditos.
- A Paramount Pictures nos convidou para assistir ao filme