Biomotor Unitron é um jogo de Neogeo Pocket Color criado pela Yumekobo. Recentemente ele foi lançado para Nintendo Switch pela SNK Corporation. Nós recebemos uma cópia do jogo e agora você poderá conferir nossa análise.
Sinopse
Uma guerra mundial acontecia no planeta Elscea há 199 anos. Em meio ao conflito, um meteoro chamado de Unitice caiu no continente Tridiss. Mais especificamente, no reino de Rhafiace e esse meteoro veio carregado de um material precioso, os Cristais Unitron. Ao saber disso, Rhafiace utilizou esses cristais para criar os Robôs Unitron e por um fim à guerra.
No tempo atual, esses robôs que uma vez serviram para a guerra agora se tornaram uma diversão, um passatempo, um hobby para as pessoas. Todos agora podem ter seu próprio Unitron para montar, modificar e até mesmo participar de torneios. O melhor deles ganha o título de “Mestre dos Mestres”.
A premissa de Biomotor é bem simples. Você jogará com um personagem que pretende participar dos torneios para se tornar o Mestre dos Mestres. Para isso, ele conta com a ajuda de um parceiro que irá modificar e melhorar seu robô Unitron. O jogador deve então explorar dungeons, conversar com NPCs pela cidade e fazer compras na loja de peças.
São quatro dungeons disponíveis desde o começo e mais uma para ser desbloqueada. Elas têm formato aleatório, mudando toda vez que o jogador entra. No andar final de cada uma, existe um poderoso guardião. É nesses locais onde o jogador irá encontrar partes para melhorar as peças de seu Unitron, alguns boosters para melhorar o resultado das modificações, itens de reparo e principalmente dinheiro para comprar novas peças na cidade.
Durante a exploração existem batalhas contra monstros e os encontros aleatórios acontecem com uma boa frequência. Embora os andares não sejam muito grandes, o aumento de dificuldade de um para o outro é bem acentuado. Em todo caso, como é possível sair das dungeons a qualquer momento e escolher qualquer uma das quatro, o jogador não se sente preso a ficar repetindo lutas em apenas uma delas.
Como o objetivo principal é vencer o torneio mais difícil, o jogo acaba por ter uma fluência repetitiva. O jogador vai explorar dungeons, juntar dinheiro, comprar peças, modificar seu Unitron, vencer o campeonato e repetir tudo novamente, mas acessando andares mais difíceis e com recompensas melhores.
Enquanto nas dungeons vemos o Unitron numa visão clássica de cima, a exploração da cidade se dá por menus, onde escolhemos os locais e então um dos NPCs presentes para conversar. Eles são representados com sprites grandes, bonitos e coloridos. O traço lembra muito aquele usado nos jogos da série Magical Drop, do Neogeo.
Falar com os NPCs pode resultar em dicas, alguns podem oferecer itens ou desbloquear algum evento com outro NPC. Sempre é bom parar um pouco as lutas para conversar um pouco.
No início o jogador pode escolher a raça e o gênero de seu personagem e de seu parceiro. São opções bem variadas e não são apenas uma opção estética. A raça pode afetar no resultado das peças modificadas.
As batalhas também dão pontos de experiência que servem para o personagem principal melhorar seu nível de controle do Unitron. Já o parceiro ganha níveis de mecânico ao modificar peças. De início ele só pode criar peças simples, mas com o avanço de seu nível, consegue criar peças mais complexas com materiais mais raros.
Os torneios acontecem na Arena. A primeira participação do jogador é de graça, porém, depois uma taxa passa a ser cobrada. Lembre que não é preciso esperar muito para começar a participar. As primeiras disputas até que são bem fáceis mesmo no início do jogo.
Voltando a falar das batalhas, elas são de turno e lembram bastante os primeiros jogos da série Pokémon. O jogador decide entre quatro ataques normais, alguns especiais e ataca primeiro que tiver maior atributo de velocidade. A tela mostra uma barra vermelha para os “pontos de vida” do robô e outra azul com pontos gastos para o uso dos ataques. Enquanto essa segunda barra se recupera no final da batalha, a de vida não. É necessário gastar um itens de reparo para “curar” ou então, sair da dungeon.
O sprite do Unitron e dos inimigos não são animados. Porém, cada ataque mostra uma animação diferente na tela. Apesar do Unitron ser imóvel, ele muda sua aparência em todos os seus membros dependendo das peças que estiver usando. Até mesmo suas cores podem ser alteradas.
Biomotor não é um jogo muito complexo. É um produto de seu tempo e sua premissa evidencia isso. Explorar dungeons, melhorar o unitron e ir para o torneio é algo bem constante, mas não cansativo. Sabe aquele jogo de portátil que você joga um pouco num dia, depois joga mais um pouco no outro e quando percebe já tem um Save com mais de trinta horas? Esse é o espírito de Biomotor.
Ele levou a experiência de um jogo de RPG ao Neogeo Pocket, que carecia de títulos desse gênero. E fez isso muito bem. Mesmo que tenha surgido numa época em que Pokémon dominava no portátil da concorrência, ele consegue ter personalidade e um estilo próprio.
Algumas coisas poderiam ser melhores, sem dúvida. Os encontros aleatórios nas dungeons poderiam ser menos frequentes (e olha que eu nunca reclamei disso em RPG com batalhas de turno, mas preciso falar aqui). Outro detalhe meio chato é que a quantidade de baús nas dungeons que não tem nada dentro é grande. Você anda, anda, anda e se decepciona…
Nessa versão para Switch pode-se dar zoom, deixando o jogo ocupando toda a tela ou não. Há um filtro que evidencia os pixels e deixa a tela um pouco mais escura, simulando a imagem dos portáteis antigos. Também é possível colocar molduras de vários modelos de Neogeo Pocket. O mais legal é que dá para usar os botões da moldura como se fosse o próprio portátil. Fica ainda mais legal se retirar os joycons e usar somente a tela do Switch, como se fosse um tablet.
O recurso de voltar no tempo em alguns segundos pode ajudar o jogador desfazer alguma ação que tenha julgado errada.
Conclusão
Biomotor Unitron não é caro e pelo preço vale a pena dar uma conferida. Ele pode trazer a nostalgia de uma época em que jogos para consoles portáteis eram mais simples. Sua estética, suas músicas, é como uma viagem no tempo. Pode agradar a jogadores mais velhos que curtem RPG com batalhas de turno, mesmo os que nunca tiveram um Neogeo Pocket.
Só de comentar tanto sobre ele aqui está me dando vontade de jogar um pouco assim que terminar de escrever.
Para mais informações, visite o site oficial
ANÁLISE
Biomotor Unitron
Biomotor é um retorno aos RPGs de consoles portáteis do final dos anos 90 e início dos 2000. Só para quem quer ser o Mestre dos Mestres.
PRÓS
- Gráficos nostálgicos
- Mais de 100 peças podem ser criadas para o Unitron
- Um bom passatempo diário
CONTRAS
- Batalhas aleatórias muito constantes
- Excesso de baús vazios
- Enredo muito simples