DOOM Eternal para Nintendo Switch é a mais fraca versão lançada. Ao mesmo tempo, a mais impressionante. Ficou confuso? Eu te explico!
Mais uma vez, a Panic Button! surpreendeu com outra conversão de um grande jogo da iD Software. Dá para dizer que, após portar 2 Wolfensteins e o DOOM 2016, ela já tira de letra o hardware do console híbrido da Nintendo
Trata-se de um complexo e ambicioso jogo que impressionou no PC e nos outros consoles quando foi lançado em março de 2020. Após tantos meses de espera, ele chega ao Switch trazendo até mesmo opções exclusivas.
A engine onde DOOM Eternal roda, a idTech7, foi muito bem adaptada nessa versão. Assim como no port do jogo anterior, a engine parece usar toda a capacidade do console, tendo um resultado satisfatório, ainda que alguns sacrifícios tenham sido necessários.
Todo o conteúdo das outras versões está presente. Desde a campanha singleplayer, o multiplayer padrão e até o Battle Mode, onde temos um 2 contra 1 (sendo um DOOM Slayer contra dois demônios).
Os gráficos chamam atenção quando lembramos que DOOM Eternal está rodando num hardware tão simples. Nos outros consoles, ele roda fluentemente em 60fps. Já no Swtich, o framerate é travado em 30fps.
Em modo portátil ele tem resolução dinâmica e o máximo que atinge é 720p. Quando muitos elementos aparecem ao mesmo tempo, há uma certa queda de framerate. Já no modo dock, as quedas quase somem por completo e o jogo roda a 1080p.
De qualquer forma, jogar no modo portátil continua sendo impressionante, ainda mais porque os 720p não incomodam devido ao tamanho da tela.
Existem opções para modificar os gráficos, como a quantidade de granulação (que deixa a imagem com aspecto de “filme”), ajuste de gama e também intensidade de brilho dos espólios. Há também o modo de acessibilidade para jogadores daltônicos que pode ser regulado de várias maneiras.
A jogabilidade é outro fator que pode ser modificado profundamente, para se adaptar ao que o jogador mais gosta. São vários pequenos detalhes como sensibilidade dos analógicos, atraso na resposta, assistência de mira, etc.
Uma das grandes novidades em termos de gameplay é poder usar o acelerômetro do Switch para mirar. Ele é combinado com a mira do analógico direito e realmente oferece algo inovador e funcional.
O que não faltam são opções para deixar o jogo mais com a cara do jogador
DOOM Eternal amplia a gameplay do jogo anterior, tornando o tiroteio ainda mais frenético e dinâmico. Durante as fases com progressão linear, o jogador sempre acaba chegando a uma arena com variados inimigos que atacam de todos os lados. É o momento onde não se pode ficar parado.
Os Glory Kills estão de volta. Matar os inimigos com esse “fatality melee” garante pontos de vida e para ganhar munição, basta serrar os demônios ao meio com a serra elétrica.
Pode até parecer que esta seja uma mecânica quebrada, porém, gasta-se combustível para usar a serra e ele não é encontrado facilmente pelas fases. Assim, os recursos não são tão ilimitados como parece.
No combate o jogador é incentivado a estar sempre em movimento, usando glory kills para recuperar vida, tentar desviar de ataques e principalmente não errar os tiros. Seguindo esse fluxo é a melhor forma de se manter vivo.
Além de ser divertido de fazer, as Glory Kills salvam sua vida muitas vezes
É possível encontrar suprimentos nas fases, mas, dependendo da dificuldade escolhida, eles são bem escassos. Tudo isso lembra muito o estilo dos shooters mais antigos, dando uma boa variada em relação aos outros títulos atuais.
Fora os tiros, o DOOM Slayer tem várias habilidades que vão sendo desbloqueadas conforme se avança. Elas acrescentam muito para o gameplay, não só nos combates como nos momentos de exploração e plataforma.
Dá para usar o pulo duplo, dash, escalar, agarrar na borda de plataformas, quebrar paredes no soco, etc. No geral, DOOM Eternal mostra o quão tático seu combate é, quando o jogador pode combinar todos esses elementos.
A tradução também está presente nos ambientes do cenário
Jogar nos JoyCons é uma experiência regular. Os pequenos analógicos às vezes acabam atrapalhando para mirar. Da mesma forma, não é 100% confortável apertar os 4 botões de ombro tão rapidamente conforme o jogo exige às vezes.
Assim, é aconselhável usar um Pro Controller ou um adaptador que faça funcionar um controle de outro console (eu uso um DualShock 4 através de um dongle USB da 8-bitdo).
Não poderia faltar as dicas na tela de loading (que é supreendentemente rápida)
Agora existe um ambiente de hub que teleporta o jogador para outras áreas ou fases. Nesse local é onde as melhorias na armadura ou nas armas são feitas. Também ficam expostos os colecionáveis já coletados.
É bom lembrar que alguns upgrades são opcionais. Para os jogadores que quiserem mais desafio, basta ignorá-los.
Ter outros jogos da Bethesda pode desbloquear umas surpresinhas…
Em questão de som não há o que reclamar. O jogo mantém a qualidade dos efeitos sonoros, gritos e explosões. Para embalar os combates não poderia faltar o rock pesado (característico da franquia), que é intercalado com sons ambientes em outros momentos.
Concluindo
Os donos de Nintendo Switch que não puderam ainda jogar DOOM Eternal em outras plataformas, agora têm disponível uma versão extremamente competente.
Como eu disse antes, ela é a versão mais simples. Porém, para o hardware que foi projetada, ela apresenta uma qualidade absurda e cumpre a promessa de levar o jogo a um console “portátil”.
Você descobrindo seu “eu interior” (embora esse esteja no exterior…)
Embora tenha progressão linear, as fases têm ambientes enormes, incentivando a exploração e a busca por segredos. Os jogadores terão muito para aproveitar.
Quem comprou o jogo até 22 de dezembro ganhou de presente o pacote Rip and Tear e também o jogo DOOM 64 remasterizado.
Por enquanto, as expansões que saíram nas outras versões do jogo não estão disponíveis. Mas a iD Software prometeu que virá em breve.
NOTA: 9/10
O melhor: DOOM Eternal na palma da sua mão.
O pior: Alguns jogadores podem se irritar com a queda de fps no modo portátil.
Não jogue: Com o acelerômtro ligado quando estiver como passagerio num veículo.
- A iD Software nos enviou uma cópia digital para este review. Testado no Switch padrão.