A linha NEOGEO Pocket Color Selection continua expandindo e cada vez mais os jogadores podem conhecer os jogos deste clássico portátil da SNK.
O relançamento da vez para Nintendo Switch é o Mega Man Battle & Fighters que reúne dois jogos de arcade: Megaman – The Power Battle e Mega Man 2 – The Power Fighters.
A emulação destes jogos é muito boa, assim como a dos outros dessa seleção. O Switch pode exibir somente a tela do jogo como também pode mostrar uma moldura de um Neogeo Pocket. O bacana é que os botões dessa moldura funcionam com toque. Há opção de salvar o progresso com savestate e também voltar alguns segundos para desfazer algum erro durante as lutas. Há também um filtro que dá um realce nos pixels da imagem.
Os jogos em si são representações dos arcades dentro do que o Neogeo Pocket podia entregar. Em ambos, o esquema é de um jogo de luta tipo plataforma onde existem apenas batalhas contra chefes. No arcade, caso outro jogador entrasse na partida, ele passaria a ajudar quem já estivesse jogando. Não existe modo jogador contra jogador.
Mega Man – The Power Battle, por ser o primeiro, tinha conceitos mais simples. Mega Man, Proto Man e Bass são jogáveis. Existem 6 fases com chefes comuns e dois chefes finais na sequência. São três caminhos de chefes para escolher, um representando os robôs dos jogos Mega Man 1 e 2, outro de Mega Man de 3 a 6 e o último com os Robot Masters de Mega Man 7.
Após escolher um dos personagens, uma tela com uma roleta mostra seis estágios (com um chefe fixo em cada uma) e um deles é escolhido aleatoriamente. Porém, se o jogador apertasse algum botão rapidamente, ele poderia escolher a fase. Assim como nos jogos principais da série Mega Man, cada chefe derrotado concede ao jogador um novo poder (ou arma). E cada chefe tem como ponto fraco uma dessas armas. É preciso ficar atento à barra de vida do inimigo para detectar qual ataque causa mais dano. Na conversão para Neogeo Pocket, a tela pisca para indicar qual arma é melhor para cada chefe.
Mega Man 2 – The Power Fighters adicionou o personagem Duo, que surgiu no jogo Mega Man 8, porém refeito com gráficos compatíveis com o arcade. No lugar dos caminhos para chegar aos chefes finais, agora o jogador escolhe 3 histórias por onde os personagens vão passar até enfrentar Dr. Wily no final. Cada personagem tem um final próprio, mas sempre serão os mesmos, independente da história escolhida.
Cada história tem inimigos fixos, mas agora eles estão bem mais misturados e continuam pertencendo aos jogos Mega Man de 1 a 7. Mesmo com a inclusão de Duo como jogável, nenhum Robot Master de Mega Man 8 apareceu, infelizmente. Agora, a arma de ponto fraco de cada chefe causa um primeiro dano bem destacado, com direito a uma animação que trava a tela.
Agora existem alguns itens que podem ser pegos durante as lutas. É mais fácil vê-los quando um chefe é derrotado e explode. Nesse momento, muitos deles se espalham pelo chão. Eles concedem pontos ou recuperam vida. E também, esses itens podem aparecer quando se derrota algum inimigo menor que os chefes podem conjurar.
Existem Power-Ups que aparecem de vez em quando. Rush surge na tela e habilita Eddie ou Beat, o que dá ao jogador algum tipo de boost temporário ou um escudo de defesa. Essas ajudas são praticamente obrigatórias e aleatórias. Por mais que elas tenham sido projetadas para ajudar, nem sempre funcionam pois algumas impedem que o jogador use alguma arma além da principal, ficando temporariamente impossível de usar a melhor arma contra cada chefe. É um sistema um pouco confuso.
No arcade os personagens ganharam golpes especiais feitos com comandos no direcional, como acontece em Street Fighter. Infelizmente, não consegui fazer esses movimentos na versão para Neogeo Pocket.
O port é decente em vários aspectos pois conseguiu reproduzir muitos detalhes dos arcades num portátil da época. No entanto, muita coisa precisou ser sacrificada em vários pontos.
Os arcades tinham gráficos parecidos com Mega Man 7 do SNES, porém, tendo muito mais quadros de animação e um capricho especial nos tiros dos personagens. No Neogeo Pocket os gráficos foram remodelados para lembrar os jogos do NES. Ainda assim, eles possuem muito mais quadros de animação e os chefes são um pouco maiores, para poder combinar com a jogabilidade dos arcades.
Como o NGPC possui apenas dois botões, um serve para atirar e outro para pular. Para trocar entre as armas adquiridas, é necessário pausar o jogo e selecionar (como acontece nos jogos de NES). Isso é um grande problema pois quebra a agilidade do jogo. O jogador precisa estar parado, sem estar pulando, correndo ou atirando, para conseguir trocar. Por algum motivo, é muito mais difícil mudar de arma no Power Fighters do que no Power Battle.
Devido ao tamanho da tela do NGPC, o jogo exibe menos imagem que o arcade. Muitas vezes o inimigo é jogado pra longe após levar dano e ele sai da visão do jogador, para fora da tela. Há um problema de câmera pois ela demora muito para acompanhar o jogador, fazendo com que ele quase precise encostar numa parede para ela mostrar o que há mais para frente no estágio. Se a câmera centralizasse o jogador no meio da tela, isso não aconteceria. Esse fator é o que mais atrapalha para jogar, pois o inimigo não precisa estar visível para atacar e se torna bastante perigoso se deslocar sem saber o que está para vir.
Enquanto nos arcades os personagens possuem uma série de vozes digitalizadas, no port para NGPC temos apenas uma voz que diz o nome do jogo na abertura. No geral os sons são compatíveis com o que escutamos nos jogos desse portátil, já as músicas são bem limitadas. Pouquíssimas faixas foram convertidas e com isso há uma grande repetição delas. Algumas músicas não combinam em nada com as lutas, por exemplo, chega até a tocar música de abertura ou seleção de fases dos jogos de NES. E também, algumas faixas são apenas uma batida sem inspiração que se tornam apenas ruídos de fundo.
O que entristece nesse jogo é que ele foi lançado apenas no Japão originalmente. Por conta disso, ele possui muitas escritas em japonês. A SNK (ou a Capcom) não se deu ao trabalho de traduzir para esse relançamento no Switch, então, quem não domina a língua japonesa pode ter problemas para acessar os modos de jogo, além de não saber o que acontece nos finais de cada personagem. Ao menos, quando se pausa o jogo para escolher uma arma, elas estão escritas em inglês.
Para resolver isso, o manual digital do jogo possui a tradução dos menus. Não é muito prático a forma como a localização foi resolvida, mas ajuda o jogador a não fazer nenhuma besteira como apagar seu save sem querer no menu principal. Falando nisso, terminar os dois jogos com cada personagem desbloqueia algumas artes no modo Galeria (são 36 itens no total). É um incentivo que aumenta o fator replay.
Mesmo com problemas, o relançamento desse jogo pode ser divertido. Vale pela curiosidade de conhecer mais um jogo de Neogeo Pocket, como dito antes.
As funções de conectividade entre dois NGPC foram retiradas dessa versão.
Mais informações estão disponíveis no site oficial. Para ver, clique aqui.
ANÁLISE
Mega Man Battle & Fighters
Dois arcades japoneses de Mega Man que foram uma grande surpresa quando saíram para Neo Geo Pocket no passado chegou agora para o Nintendo Switch.
PRÓS
- Mais um título para conhecer um pouco mais da história do Neo Geo Pocket
- São dois jogos em um
- A emulação é muito boa
CONTRAS
- A câmera tem problemas para acompanhar os inimigos
- Como o jogo foi lançado somente no Japão, ele não tem nenhuma tradução de menus ou diálogos