Pegue Dishonored, misture com Half Life, e jogue uma pitada de Bioshock. Adicione Doom à gosto, brinque com Deux Ex, e teremos Prey.
O mais novo lançamento da Arkane Studios irá te colocar num enredo misterioso, e pôr suas habilidades de sobrevivência à prova, conforme desvenda um surto alienígena imparável e mortal na estação espacial TALOS 1.
Bom Dia, Morgan
O game te coloca na pele de Morgan Yu, acordando e se arrumando para uma reunião com seu irmão Alex.
Chegando ao local, você é submetido à uma sequência de testes estranhos e nada rotineiro, até algo dar brutalmente errado. Perca a consciência e acorde novamente se arrumando para a mesma reunião, num looping suspeito.
Tudo isso para descobrir que você está preso em uma simulação sem memória de nada, e é forçado a escapar.
Depois de uma breve sequência introdutória, você percebe que sempre esteve dentro da instalação principal onde se passa Prey: A estação espacial TALOS 1. Um grande centro de pesquisa espacial gerido pela Transtar, cujo CEO é ninguém menos que Alex, seu irmão.
Um terrível surto libertou os Aliens Typhoon ao longo de toda a estação espacial, matando quase todos ao seu redor.
Seu objetivo principal será se lembrar de quem exatamente você era, o porque perdeu sua memória, e principalmente sobreviver para por um fim à ameaça Typhoon de alguma forma.
Seu irmão fará de tudo para confundir sua cabeça, e te impedir de erradicar os espécimes, já que ele quer continuar a pesquisa à qualquer custo, e também te mostrar quem você realmente era.
Todo o resto da história, bem como o choque do objetivo principal, seria um grande spoiler, pois à partir daí, o enredo se torna uma sequência de mindblows!
Não toque em nada!
Os Typhoon não exatamente te assustam, mas são bem ameaçadores. Criaturas mórficas, de variados tipos e tamanhos, que brincam com o cenário e sobreviventes como marionetes para te atacar de todas as formas possíveis.
O primeiro inimigo do jogo são os mímicos, e sua apresentação te fará andar com cautela pelo jogo todo. Eles simplesmente podem se disfarçar de qualquer objeto na sala, e te atacarem de surpresa à qualquer momento, mesmo quando for examinar ou coletar algum objeto utilizável. Sua agilidade lembra os Headcrabs de HalfLife.
O conceito evolui à medida que os Typhoon ganham novas formas e poderes, podendo controlar a mente de pessoas ao seu redor, usar elementos como fogo ou eletricidade, te deixar confuso ou desabilitado, dentre outros efeitos.
Usar a inteligência no combate faz parte do “gameprey” (piadinha by Sérgio Sampa)
O combate direto nem sempre é aconselhado, e o jogo te incentiva à buscar várias alternativas para resolver os problemas ou se esgueirar, visto que cada inimigo representa ameaça real ao jogador, e a morte pode estar à um tapa de distância se você não se preparar.
Combater cada Typhoon diferente será sempre uma nova etapa exaustiva de tentativa e erro, para encontrar suas fraquezas, imunidades, e descobrir a melhor estratégia.
Isso se torna cada vez mais um desafio ao longo do jogo, pois sua munição pode acabar depressa e de forma ineficaz, e um certo arrependimento bate quando percebemos que poderíamos ter poupado aquilo para usar eficientemente em outro lugar: “Agora já foi”.
Por isso, sobreviver em Prey é mais sobre jogar com a cabeça, e usar o cenário ao seu favor. Todo cuidado é pouco, o tempo todo.
Explore com cuidado
TALOS 1 é uma vasta estação espacial, e funciona como um mundo semi-aberto. Seu level design é orgânico num formato de árvore. O Lobby principal da TALOS 1 tem entradas para várias áreas. Essas áreas, darão acesso a áreas menores, e o jogo se expande à medida que o jogador explora.
A expansão é simples e funcional: Você descobre uma sala nova, explora e habilita missões principais e paralelas que te farão explorar outras salas novas, e você se encontrará indo e vindo entre os ricos ambientes da estação espacial.
O enredo principal, que é de fato o que instiga o jogador, te levará para todos os lugares da estação. Algumas missões secundárias são desinteressantes e pouco recompensadoras, te fazendo pensar se realmente vale a pena correr tanto risco só para cumprir tal objetivo de pouco acréscimo na história.
Inventário para gerenciar itens. Todos traduzidos em Pt-br na versão nacional do jogo!
Voltar à uma área já visitada terá um preço: os inimigos podem reaparecer, junto com novas espécies mais fortes e em maior número. Então é legal explorar todas as salas, checar todos os computadores, e pegar todos os seus objetos antes de sair dali.
O game não possui fast-travel, então o máximo que você fará, é viajar pelas localizações principais voando em gravidade zero pelo lado de fora da TALOS 1, correndo menos perigo.
Mesmo assim, o tempo todo é necessário coletarmos recursos para continuarmos sobrevivendo, nos alimentando, e construindo itens e armas em estações próprias espalhadas no mapa.
Por isso, explorar cuidadosamente e ter um bom gerenciamento de itens é fundamental!
Quem é a ameaça mesmo?
Prey bebe direto da fonte de Dishonored. Os Typhon são ameaçadores, mas podem ser seus melhores amigos.
Fazendo pesquisas em cada inimigo que você encontrar, te fará ter acesso à uma série de poderes na sua árvore de habilidades, cuja progressão é dada através do uso de Neuromods, que são dispositivos que implantam na memória do indivíduo habilidades diversas como se já fossem mestres naquilo.
A árvore se divide em duas:
Habilidades humanas como força física, hackeamento, capacidade de inventário, saúde etc.
E Habilidades Typhon propriamente ditas como explosão de energia, telepatia, controle mental, invocação de “espíritos”, e até mesmo transformação. (Sim, você pode virar uma xícara de café e sair andando).
Os poderes te oferecem grande vantagem no jogo, mas como um balanceamento, o jogo também pegará pesado com você caso adquira poder demais.
Pra jogar Prey tem que ter disposição! Pra jogar Prey tem que ter habilidades! Uma árvore grade e extensa de habilidades! (pbS)
Como TALOS 1 é equipada com sistemas de segurança e defesa contra os Typhon, à medida que você aprende poderes dos Aliens, as células Typhon no seu corpo se tornam mais presentes, fazendo com que toda a estação espacial te considere uma ameaça, e comece a te atacar com torretas, drones e sistemas de segurança.
O que luta ao seu favor, pode te derrubar se você quiser poderes demais.
Faltou mais pesquisa!
Se os cientistas de Prey suaram para estudar os Typhon, os programadores do game precisam um pouco mais.
Apesar do visual incrível, problemas da demo ainda se fazem presentes na versão final do jogo, como sons desnivelados, música e efeitos parando bruscamente, texturas piscando e problemas de colisão.
Em certos momentos infelizmente isso teve impacto na minha experiência.
No entanto, Prey pode se tornar um jogo melhor com alguns patches de correção.
De presa à predador
Nesse pacotão todo, Prey é um jogo que mostra com orgulho suas origens e referências, tanto em mecânica quanto em enredo.
Seu arsenal de armas é interessante, contém até um lança-dardos de brinquedo pra você usar de forma astuta.
Mas o sistema de combate é duro de propósito, e prejudica a criatividade do arsenal, te forçando evitar muitas lutas para de fato sobreviver pensando.
Você precisa jogar com a cabeça para prosseguir e desvendar os mistérios da trama principal é instigante. O enredo é de prender o jogador.
Tendo em mente sempre que todo cuidado é pouco, se você é fã de games já citados como Dishonored ou Bioshock, Prey pode ser maçante as vezes, mas é uma pedida desafiadora, e vai te entreter.
Localização
O jogo foi localizado com tradução de menus, legendas e dublagem em português.
Enquanto a parte escrita não apresenta problemas, as vozes brasileiras não são memoráveis, não passando de um nível mediano.
- Recebemos o jogo da Bethesda para teste em versão PS4 e testada no PS4 padrão