[Game Análise] Rainbow Six Extraction

Enviar os operadores para a Zona de Contenção, destruir alienígenas, resgatar aliados, coletar dados dos inimgos. Essas e muitas outras coisas são feitas em Rainbow Six Extraction, o novo lançamento da Ubisoft para Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4 e PC, via Ubisoft Connect e Epic Games Store. Também está disponível através dos serviços Xbox Gamepass e Ubisoft+. Todas as versões possuem cross-play, cross-save, cross-progression.

O desenvolvimento de Rainbow Six Extraction é uma colaboração entre os estúdios Ubisoft Montreal, Bucareste, Bordéus e Saguenay. Trata-se de um jogo de tiro em primeira pessoa cooperativo e on-line de sobrevivência para times de até três pessoas. Pode-se jogar com um grupo de amigos, através de matchmaking aleatório ou até mesmo sozinho, pois, há um rebalanceamento de dificuldade conforme o número de jogadores durante cada missão.

Existem quatro locações onde as missões podem acontecer e cada uma possui 3 mapas separados. Conforme o jogador completa missões nas locações iniciais e ganha experiência, novas vão sendo liberadas.

São 18 operadores vindos diretamente de Rainbow Six Siege para escolher. Todos são equipados com equipamentos REACT distintos e também possuem habilidades próprias. A variação de formação de cada equipe é grande, fazendo com que as missões sempre tenham uma cara diferente.

Falando em missões, elas são chamadas incursões. Os mapas onde elas acontecem são divididos em três áreas, separadas por câmaras seguras. Os jogadores devem realizar um objetivo específico na primeira e então decidir se irão prosseguir para a próxima ou solicitar extração do local. A cada nova área aberta, a anterior é fechada, e conforme os jogadores avançam, mais difícil os objetivos vão ficando.

Extraction foca muito na sobrevivência. Os inimigos causam dano facilmente e os recursos como munição e kits para recuperar a vida são escaços. Perder um operador durante a missão o torna indisponível até que o jogador volte ao mesmo mapa para resgatá-lo. Cada nova área acessada traz um grau a mais de dificuldade, no entanto, as recompensas e os pontos de experiência são maiores também. Aí fica por conta do jogador tomar bem suas decisões.

Cada operador tem seu progresso de experiência, então, faria sentido focar em evoluir apenas um deles. No entanto, isso não é indicado, pois, caso uma incursão dê errado, esse operador super evoluído fica indisponível e o jogador precisará pegar outro mais fraco para tentar resgatá-lo. Assim, é aconselhável variar na escolha dos operadores, para ter um plano B em caso de algum erro de percurso.

Operadores que sofrerem muito dano também ficam algum tempo indisponíveis em estado de recuperação. Por isso, todo cuidado é pouco ao enfrentar a raça de alienígenas chamada Archaeans. São quatro níveis de dificuldade para escolher, porém, mesmo na mais fácil o jogo não deixa de ser desafiador.

Existe uma boa quantidade de objetivos para serem realizados nas incursões e sua dificuldade ou duração variam bastante. Po exemplo, colocar rastreadores em ninhos inativos de inimigos é relativamente rápido. Já a “biopsia” demora um pouco mais, pois é necessário agir de maneira furtiva (e devagar) para derrotar alguns inimigos do mesmo tipo silenciosamente e então coletar amostras deles.

Em outros objetivos você terá que proteger bombas relógio em torres até que elas explodam, localizar computadores espalhados pelo mapa, derrotar os Archaeans até que o chefe deles apareça, destruir todos os ninhos contaminados, etc… Ao falhar um objetivo de uma área, os jogadores são convidados a ir para a próxima ou solicitar a extração.

Os mapas são cheios de Archaeans e estes possuem uma boa variação de tipos: os rápidos, os explosivos, os que atiram espinhos, os resistentes protegidos por uma carapaça, os invisíveis. Existem até mesmo os Proteans, que copiam a forma e as habilidades de alguns operadores da React.

Perto do final do jogo, o Protocolo Maelstrom é habilitado. Trata-se de um novo modo onde os inimigos são ainda mais difíceis e apenas alguns operadores podem escolhidos. São nove objetivos para concluir, porém, após os três primeiros, os objetivos seguintes podem ficar se alterando e o tempo de conclusão é diminuído.

Quando iniciei o jogo pela primeira vez, demorei bastante para me acostumar. Embora os controles sejam bons e bastante responsivos, não tenho muita experiência com a série Rainbow Six. Na verdade, nunca cheguei a jogar Siege, e minha última experiência na franquia foi em Vegas 2.

Acredito que os jogadores de Siege se acostumarão mais fácil com a proposta e dificuldade de Extraction.

Existe uma ligação entre os eventos de Siege e Extraction. Porém, como o novo jogo se trata de um spin-off, não sei dizer se uma possível continuação de Siege levaria em consideração os eventos apocalípticos de Extraction.

Conforme se avança nas missões e abre novas locações, algumas cinematics são liberadas. O jogo possui muitas delas, até mesmo quando se acessa o tutorial ou abas do menu pela primeira vez uma cena é mostrada para ambientar o jogador. No geral, não espere um enredo muito complexo, mas ele serve como um bom pano de fundo ao gameplay.

Os gráficos são bastante competentes, já que tudo roda na mesma engine de Rainbow Six Siege. Como este último já vinha sendo trabalhado e polido nos últimos anos, Extraction se beneficia disso, não apresentando bugs ou problemas de performance.

Existem bons efeitos sonoros para as armas. Nada muito exagerado ou fantasioso. Em geral, tudo é muito silencioso para que o jogador possa prestar atenção nos sons do ambiente. Como nem sempre dá para olhar através das paredes, ouvir os passos dos inimigos é uma boa tática.

O jogo vem com o Buddy Pass. Isso permite que o jogador convide 2 amigos por 14 dias para experimentar as incursões num grupo entre amigos. E jogar com uma equipe formada por conhecidos é onde o jogo realmente brilha. Poder conversar e bolar as táticas funciona muito melhor dessa forma do que com pessoas aleatórias.

Como existe a possibilidade de se perder experiência quando um operador é abatido, talvez os jogadores prefiram repetir as primeiras locações para grindar um pouco antes de progredir em áreas novas e mais difíceis.

Há quem diga que Extraction deveria ter sido lançado como uma DLC, já que ele não é tão longo. Ele realmente foi baseado num modo especial do Siege de 2018 chamado Outbreak. Por um lado, ele não tem tanto conteúdo quanto um jogo novo deveria ter, mas também é bem mais do que encontramos numa DLC. Por conta disso, ele é vendido com um preço mais baixo. Nos EUA o preço ele custa apenas US$39, em vez dos tradicionais US$ 70 ou 60. Isso acaba tornando as coisas mais justas.

Ele possui uma loja para compra de skins pagas com dinheiro real. Está lá para quem gosta de itens cosméticos e quer de uma aparência mais única. Não existe nada nessa loja que seja “pay-to-win”, toda a experiência do jogo se adquire jogando.

Existem duas edições à venda. A Standard tem o conteúdo padrão e a Deluxe vem com três pacotes bônus.

Rainbow Six Extraction pode não ser um jogo para todos. Porém, é recomendado para quem procura um cooperativo de sobrevivência e tem amigos para jogar. Estar no Gamepass ajuda as pessoas a testarem um pouco. Não é impossível que a Ubisoft faça algumas modificações com o passar do tempo, além de acrescentar novos conteúdos.

• A Ubisoft nos enviou uma cópia digital deste jogo para essa análise. Testamos no Xbox Series S