SAND LAND foi lançado pela Bandai Namco no dia 26 de abril de 2024 para PlayStation 4 e 5, Xbox Series X|S e PC-Steam.
No dia do lançamento recebemos uma cópia do jogo (obrigado, Bandai) para Xbox e aqui você irá conferir nossa review!
SAND LAND é um RPG de ação em mundo aberto desenvolvido pela ILCA, conhecida por ter feito alguns remakes da franquia Pokémon para Nintendo Switch. Ele vem com legendas em pt-br e opções de áudio em japonês ou inglês.
Baseado no mangá e anime de mesmo nome, criado por Akira Toriyama, SAND LAND apresenta para o jogador um vasto, pós-apocalíptico e desértico mundo para explorar.
Os protagonistas são: o Príncipe dos Demônios Beelzebub, seu amigo Thief e o humano Xerife Rao. Essa equipe foi reunida com objetivo de localizar o Lago Lendário, o que poderia ser a solução para o problema de escassez de água nas terras de Sand Land.
Assim, o jogador parte numa grande aventura, conhecendo novos aliados e também inimigos como o Exército Real (que além de ser liderado por um tirano, ainda tem o monopólio de quase toda a água da região).
Estando a pé, o jogador tem acesso a jogabilidade de exploração, combate e furtividade. Porém, o foco do jogo está em pilotar vários tipos de veículos como carros, motos, mechas e tanques. Cada um com um estilo de controle, mas, que podem ser ajustados nos menus de opções. E não tem como ficar perdido, pois o jogo constantemente apresenta dicas conforme se avança nas missões ou desbloqueia novidades.
Como os combates também acontecem enquanto se dirige, há uma opção de piloto automático para quem quer focar em abater os inimigos.
E após algum tempo de jogo, é liberada uma Cápsula de Armazenamento que permite transportar até cinco veículos diferentes durante as missões. Além disso, todos podem ser modificados e personalizados com uma boa variedade de combinações de peças. Essas peças ainda podem ser melhoradas e o jogador pode alterar as cores de praticamente tudo.
Os tipos de veículos surgem conforme se avança no jogo e alguns podem ser feitos do zero, desde que o jogador consiga as blueprints.
Essas mudanças são feitas pela personagem mecânica que surge pouco tempo após o inicio do jogo. trata-se da Ann, e ela monta sua oficina em Spino, uma cidade que pertenceu ao Exército Rebelde mas foi destruída pelo Exército Real.
Como Beelzebulb e seus amigos passam a usar essa cidade como base de operações, eles também auxiliam em sua reconstrução, levantando oureformando casas e atraindo novos amigos que surgem durante sua jornada.
Nas missões principais o jogador vai destruir bases inimigas, derrotar chefes, invadir acampamentos sorrateiramente, destruir bloqueios na estrada, entre outras coisas. Como missão secundária pode-se realizar resgates, explorar ruínas, apostar corridas, derrotar inimigos em trocas de recompensas, e ativar torres de comunicação para ganhar mais detalhes no mapa de exploração.
Como eu havia dito antes, os veículos são personalizados. E para todas as modificações que podem ser feitas, o jogador precisa de materiais que se encontra explorando baús, procurando em cavernas, socando paredes cheias de minério e derrotando inimigos. Nas cidades ou mesmo vagando pelo deserto, existem alguns mercadores que podem fornecer mais material. Enquanto isso, alguns mecânicos podem refinar uma peça em outra mais difícil de encontrar.
Durante as missões, o mapa sempre mostra a direção do seu objetivo, mas, nem sempre é bom seguir diretamente. Vale mais a pena dar uma explorada ao redor para tentar achar algo valioso.
O mapa é bastante fácil de usar. Fora do menu de pausa, ele fica no canto da tela e pode-se ajustar seu tamanho para facilitar a localização. Quando o jogo é pausado, é possível marcar pontos específicos que sejam úteis para o jogador mais tarde.
Sobre a história, embora os pontos principais do mangá ou anime sejam os mesmos, a forma como os detalhes acontecem são diferentes. Isso com certeza ajuda a surpreender quem já conhecia a obra anteriormente. E tudo se desenvolve de uma forma que não descaracteriza os personagens.
Como exemplo, no início do anime, o Beelzebulb joga um spray de cabelo dentro de um tanque para expulsar os soldados de lá e roubar o veículo. Já no jogo, os três protagonistas invadem uma instalação do Exército Real para conseguir o tanque e ainda acabam conhecendo e resgatando a Ann de lá.
No departamento gráfico, SAND LAND não decepciona. O estilo cell-shading utilizado funciona muito bem e ainda lembra muito a arte do anime, que, assim como o jogo, também utiliza personagens e cenários modelados em 3D. Todas as versões do jogo rodam bem, com gráficos praticamente idênticos e com pequena variação de resolução e frame rate.
Eu testei o jogo no Xbox Series S e, embora seja a versão mais simples da geração atual, não deve nada às outras, apresentando uma movimentação bem fluida e desempenho competente.
Dei uma olhada na demo da versão PS4 Pro e ela roda bem, porém, com um frame rate um pouco inferior e com um loading ligeiramente mais lento ao mostrar os veículos na roda de seleção. Mas é questão de meio segundo, nada que realmente atrapalhe a experiência. No PS4 Pro é bem notável que os inimigos distantes rodam a baixíssimo FPS, aumentando a taxa de frames quando nos aproximamos. Essa redução praticamente não existe no Series S.
No geral, posso dizer que tudo roda sem problemas. Após muitas horas de jogo não presenciei bugs ou travamentos. A ILCA realmente se empenhou em entregar uma experiência bem sólida.
Quanto à música, ela passa desapercebida na maior parte do tempo, servindo apenas como ambientação e sem chamar muita atenção. Os efeitos sonoros são dignos de anime shonen e foram bem escolhidos.
E sobre as vozes, a dublagem em inglês não é ruim, mas o trabalho de voz original em japonês é superior. Principalmente porque usam os mesmos voice actors do anime. Só fico me perguntando como soariam os personagens numa dublagem em português (nem o anime está dublado ainda).
Durante todo o tempo que estive jogando, me diverti bastante e aprendi muitos detalhes que ainda desconhecia. Acredito que está faltando pouco para terminar a campanha principal, mas sei que ainda terei que dedicar muito tempo nas missões secundárias.
Como adaptação de um anime/mangá, SAND LAND entrega uma experiência bastante fiel que pode agradar tanto pessoas que já conheciam a obra, como quem está começando agora.
Todos os arcos de história estão presentes, alguns são ampliados e ainda conta uma expansão que não existia no mangá, trazendo até mesmo novos personagens. O resultado é algo muito parecido com o que vimos em Dragon Ball Kakarot alguns anos atrás, só que adaptando a jogabilidade à temática de SAND LAND.
Depois de um certo ponto, o jogo passa a repetir os mesmos tipo de missão mudando apenas os NPCs e as locações do mapa. E não sei se isso pode ser considerado um ponto negativo, pois quando se trata de jogos de mundo aberto, eles sempre têm um número máximo de variações de atividades. E acaba ficando a critério do jogador continuar repetindo tudo até concluir o jogo.
Claro que a quantidade e qualidade dessas atividades é o que faz o jogador permanecer jogando, mas no caso de SAND LAND também há outro fator que o torna divertido: sua história. Quem curte o estilo, leve e bem humorado das obras de Akira Toriyama, vai se divertir por horas e talvez nem perceba a repetição das atividades.
E falando no Toriyama, seus fãs podem ficar tranquilos sobre referências a outras de suas obras. Elas estão presentes em um número razoável de ocasiões e só quem gosta mesmo do trabalho desse grande mangaká vai notar. Fique de olho!
O combate a pé é simples e funcional. Mas por ser simples, não se tem muita variação de ataques (mesmo após desbloquear novos movimentos de Beelzebub), se tornando repetitivo com o tempo. Em todo caso, ele está lá e os comandos funcionam bem.
A maior variedade no combate acaba acontecendo mesmo quando se pilota os veículos, pois são vários modelos e cada um apresenta formas diferentes de batalhar. Com uma vasta opção de movimentos para cada um.
De qualquer forma, o jogo acerta em adicionar novas mecânicas de gameplay aos poucos, para manter o jogador entretido sempre com alguma novidade. Não faço ideia se haverá expansões para SAND LAND, mas novas histórias seriam bem-vindas.
Vale a pena?
SAND LAND é um jogo longo que necessita empenho do jogador para ser finalizado. É baseado num mangá que está se tornando anime atualmente. Os personagens são bem construídos e suas motivações, passados e segredos são bem explorados. A jogabilidade não é necessariamente inovadora, porém, funciona de forma satisfatória em todas os estilos de jogo apresentados.
Para quem já está acostumado a jogos de ação baseados em mangá, não precisa pensar duas vezes em testar SAND LAND. Porém, para quem não conhece nada a obra, eu também indico. Principalmente para quem é fã de RPGs em mundo aberto.
ANÁLISE
SAND LAND
SAND LAND traduz com maestria as aventuras de Beelzebub e seus amigos num RPG de ação em mundo aberto. Prato cheio para quem é fã do mangaká Akira Toriyama ou de animes e mangás em geral.