PlayStation 4 ou Xbox One: Qual o console irá vencer nessa geração?

Na última quarta feira, o site Eurogamer postou uma pequena matéria onde  Alan Bowman, vice-presidente da Microsoft Australasia, defendia que Xbox One e PlayStation 4 são bastante equivalentes e que somente os jogos exclusivos vão diferenciá-los.

Esse artigo explica um pouco sobre como funciona cada console da agora “atual geração”. E se você tem dúvidas, leia-o!

Primeiramente, vou começar explicando um pouco da geração anterior.

PS3 e Xbox 360

Todos sabem que o Xbox 360 foi lançado um ano antes do concorrente e a Sony prometia uma máquina do futuro, com um hardware superior, só que acabou não sendo bem assim. O processador Cell do PlayStation 3 realmente era poderoso, mas sua GPU (placa de vídeo) e memória RAM eram inferiores. E para piorar, naquela época a grande novidade eram GPUs com pixel shaders dinâmicos, capazes de realizar funções distintas ao mesmo tempo (como criar polígonos ou texturizar em tempo real). Mas a Sony decidiu, por uma série de fatores como preço e inclusão do leitor de Bluray, que não iria utilizar esse novo tipo de GPU.

Assim, o PS3 possui shaders fixos onde todos realizam apenas uma tarefa por vez. Para sanar essa deficiência, o processador Cell, com seus vários núcleos, realiza tarefas que deveriam ser feitas pela GPU. Então, aliando isso ao problema da menor memória RAM, programar para o PS3 era extremamente difícil, uma vez que a arquitetura do Xbox 360 funcionava no mesmo molde dos PCs e a conversão de jogos entre esses dois era muito mais prática.

PS4 e Xbox One

Atualmente, não existe esse problema de programação dos jogos. Tanto Xbox One como PlayStation 4 tem arquiteturas e funcionam como PCs, tornando muito mais fácil criar os jogos neles.

Poucas semanas após o lançamento dos dois consoles, sites especializados como o Extremetech e a revista EDGE divulgaram que tecnicamente o PS4 é 50% mais forte que o Xbox One. A CPU de ambos é praticamente a mesma e eles possuem processadores com 8 núcleos cada. Curiosamente, o Xbox One possui um clock ligeiramente mais elevado, no entanto, a própria Microsoft divulgou que 2 desses núcleos são utilizados exclusivamente para outros aplicativos, sobrando apenas 6 para os jogos.

E é na GPU onde o PS4 se destaca pois ele pode processar 1152 shaders dinâmicos ao mesmo tempo, enquanto o Xbox One processa apenas 768.

Ambos os consoles possuem 8GB de memória RAM, mas elas são bem diferentes. O PS4 utiliza uma GGDR5 de 5500MHz e o Xbox utiliza DDR3 de 2133MHz. Assim a velocidade de acesso é maior no PS4 tendo 175GB por segundo na largura de banda e o Xbox One 68.3GB por segundo. Isso explica o tempo maior de loading dos jogos no console da Microsoft.

Desta vez, a Microsoft não pensou apenas em capacidade de hardware. A filosofia por trás de ambos os consoles é diferente e por isso o PS4 é realmente 50% mais potente que seu adversário.

Desde o início, a proposta da Microsoft era criar um novo conceito de videogame tornando o Xbox One uma central de entretenimento multimídia que controlaria todos os eletrônicos da sala de estar. Além dos jogos, ele permitiria assistir aos canais da TV à cabo,  ouvir música, conversar por cross-chat, entre outras coisas. Tudo isso ao mesmo tempo em que se joga videogame. Por isso mesmo, no projeto inicial do console, ele nem possuía entrada para mídia física, os jogos seriam todos baixados pela Xbox Live. O console seria uma caixa fechada, como um aparelho decodificador de TV à cabo. Talvez, com o fracasso do PSP GO e a pressão do mercado de jogos em mídia física, não foi possível trazer o Xbox One em sua forma original e ele sofreu várias alterações.

A Microsoft queria um console que tivesse uma espécie de serviço “Steam” na parte de jogos, mas, como eles adicionaram a mídia física ao console, ficou difícil chegar a esse resultado. A solução encontrada foi criar registros para os jogos e impedir que eles pudessem ser vendidos, além de obrigar o console a ter ao menos uma conexão diária com a internet.

E o que aconteceu quando eles anunciaram isso? Obviamente ninguém gostou e acabamos vendo na E3 de 2013 todo o feedback negativo por parte dos gamers e da própria mídia. Após esse acontecimento, novamente a Microsoft mudou sua política, permitiu a venda dos jogos e aboliu o acesso obrigatório à internet. Então, o Xbox One foi lançado.

Vários problemas desse console vem das mudanças repentinas no projeto. Os jogos inicialmente seriam todos baixados e necessariamente deveriam estar no HD para serem utilizados. Com a adição da mídia física, todos jogos continuam rodando da mesma forma, eles devem ser instalados do disco no HD primeiramente antes de jogar. A instalação demora muito e a diferença de tempo com o concorrente é gritante. Em testes feitos com vários jogos, a média de tempo de instalação do PS4 é de no máximo 50 segundos, enquanto no Xbox One demora até mais que 15 minutos.

Todo esse problema acontece pois as mudanças do projeto chegaram tarde, numa época em que não tinham mais tempo para recomeçar do zero.

Qual console vencerá essa geração?

Essa é uma pergunta complicada de responder, pois, tudo indica que o PS4 estará sempre na frente, mas, o futuro é sempre incerto. De qualquer forma, o PS4 até agora vendeu bem mais que o Xbox One. Até mesmo nos Estados Unidos, onde o Xbox 360 foi o console mais vendido por muito tempo, o PS4 está dominando em número de vendas. Repare que muitas das funcionalidades do Xbox One foram pensadas para o público americano. Os contratos com canais de TV à cabo e aplicativos exclusivos do console funcionam bem nos Estados Unidos, e mesmo assim, o público ainda não aderiu a essas novas ideias.

Outra questão que está atrapalhando as vendas do Xbox One é seu preço. Ele é vendido em pacote único, com a inclusão obrigatória do Kinect 2 pelo valor de U$499. Já o PS4 custa US$399 e tem a câmera opcional (incluindo ela no pacote sai U$459, ainda assim mais barato que o concorrente). Se americano já reclama quando um jogo sai US$5 mais caro, imagina então um videogame que custa US$100 a mais que outro que é 50% mais potente.

Em todos os lugares em que o PS4 foi lançado, ele sempre esteve na frente do Xbox One (talvez menos no Brasil). Até agora são 4.4 milhões de PS4 vendidos contra 3.1 de Xbox One e 5.3 Nintendo Wii U. E para reforçar, a Sony ainda tem uma carta na manga para aumentar ainda mais as vendas de seu console: ele ainda não foi lançado no Japão, a terra onde todo mundo compra videogames de bacia (principalmente portáteis).

Num país onde a Microsoft praticamente não existe (japonês adora Apple e Sony), o Xbox One pode não ter uma boa receptividade, como foi com o Xbox 360. Assim, a probabilidade do PS4 vender muito bem por lá é bem grande, uma vez que nem mesmo o Nintendo Wii U esta vendendo tão bem por lá.

Desde que os dois consoles foram lançados, sempre temos notícias de jogos que estão rodando melhor no PS4 com frame rate à 60fps e resolução de 1080p. Enquanto isso, o Xbox One roda o mesmo jogo à 30fps ou com resolução de 720p.

No Brasil

Nosso mercado é realmente um caso à parte. Ouvi muitas pessoas PS4 porque ele é US$100 mais barato nos EUA acabaram comprando o Xbox One, afinal, ele é vendido por R$2.300, enquanto o PS4 é vendido à R$4.000.

A Sony, desde que lançou seu novo console por aqui está bem tímida, eles sabem que por conta da carga tributária e pelo console ser importado fica difícil conseguir boas vendas. Durante alguns eventos eles mesmo disseram que não queriam vender o console por esse preço absurdo.

Já o Xbox One, desde a primeira unidade vendida no Brasil (de forma oficial) foi montada na Zona Franca de Manaus e, por conta disso, consegue um preço mais baixo (ainda que seja muito mais alto que seu valor em Dólares convertidos para Reais).

Sendo assim, por mais que o PS4 custe o mesmo preço ou mais barato que o Xbox One no mercado cinza ( o famoso “importabando”), o Xbox One está conquistando um bom espaço no Brasil. E a Microsoft está se aproveitando muito bem disso, levando propagandas do console em salas de cinema, participando de eventos relacionados a games e realmente trabalhando sua marca.

 Concluindo

A Microsoft quis dar um passo muito grande para o futuro, trazendo um console com tantas novidades que acabou não sendo bem visto pelo seu público, assim, eles acabaram mudando o projeto par algo mais tradicional. Por conta do preço e das deficiências do hardware, eles vão ter realmente que tentar agradar com seus jogos exclusivos.

Eu confio que a Microsoft irá conseguir criar também novas formas de marketing para seu console. Tivemos na época do 360 uma grande ação que promoveu o Kinect e fez o console vender ainda mais. E por mais que esteja vendendo menos que o PS4, o Xbox One não está fazendo feio como o Nintendo Wii U.

O PlayStation 4 está vendendo bem, mas a Sony não pode deixar a peteca cair. É possível que em breve ele ultrapasse as vendas do Wii U já que em breve ele será lançado no Japão. Seria ótimo para a Sony se começassem a fabricá-lo no Brasil para que acontecesse a redução no preço oficial. Enquanto isso, só o mercado cinza vai realmente faturar com PS4 por aqui.

Espero que o texto tenha explicado um pouco sobre os consoles. Não é uma análise profunda e cheia de detalhes técnicos, o objetivo mesmo é informar de uma forma prática o que diferencia o PS4 do Xbox One.

E você vai comprar qual console? Já tem algum deles? Não deixe de comentar!